DIA DE TODOS OS SANTOS - CULTO DAS ALMAS E FINADOS


"Os povos antigos, à medida que se aproximava o solstício de Inverno, adoptaram o costume de acender fogueiras num apelo ao Sol oculto, fazendo-nos recordar que a morte invernal do astro-rei não era senão aparente (Sol Invictus). No dia 27 de Outubro, véspera da festa de S. Simão e S. Judas, fazem-se os magustos numa fogueira. Explica-se pela festa dos druidas, denominada Sam’hin ou Fogo da Paz. Diz Smith que: “...era nesta época que os druidas se reuniam no centro de cada região para pacificarem as desavenças entre os habitantes do país; desde a véspera apagavam-se todos os fogos que deviam ser renovados naquele que acendiam e que os druidas consagravam. Não se concedia fogo àquele que tinha perturbado a paz...”. Estes festejos correspondem às Antestérias, celebradas pelos dionisíacos em honra de Semele (mãe de Dionísio), no princípio de Novembro. A Igreja cristianizou os rituais dionisíacos, aproveitando destes o culto das almas na comemoração dos finados e impondo o São Martinho. Os “magustos” e outras refeições de castanhas que se fazem em Portugal nos dias de Finados e de Todos os Santos constituiriam reminiscências de sacrifícios ou cerimónias fúnebres rituais, que tinham lugar no dia consagrado aos mortos, e que consistiam em oferendas alimentares às almas dos familiares defuntos. O dia 11 de Novembro, de um modo geral, festeja-se com “magustos” de vinho (vinho novo ou jeropiga) e castanhas, na medida em que é um prolongamento das celebrações do Dia de Todos os Santos, podendo-se assim falar em “magustos dos santos” e “magustos de S. Martinho”. Na agregação social dos povos ários preponderou o tipo de família e, por isso, o culto mais antigo e geral é o dos mortos, conservando as suas formas ritualísticas. No povo persistem as práticas de veneração aos mortos, o que fez com que a Igreja convertesse os deuses Manes e os Penates nos fiéis defuntos. Nos costumes actuais, plantam-se nos cemitérios os ciprestes com sentido funerário, como no tempo dos romanos, em que se plantavam à porta das casas dos patrícios que estavam de luto. A árvore plantada sobre o túmulo simboliza a alma tornada imortal. Os nossos antepassados não tinham conceitos separados de vida e de morte; acreditavam que havia, sim, a passagem de um plano de existência para um outro plano. Essa passagem era assegurada pelo deus Hermes que, numa das suas facetas, era um deus psicopompo, isto é, condutor das almas, aquele que assegurava o percurso das almas, após a morte, para o Além. A morte era vista como uma passagem e não como um fim." - Eduardo Amarante

O SELO DO TEMPLO


O Mestre templário que, na realidade, tinha o qualificativo de Magister Humilis[1], reservava para seu uso pessoal o selo da “cúpula do Templo do Senhor”, sede da Ordem, enquanto o Visitador Cismarim[2] levava no seu a figura dos dois cavaleiros sobre a mesma montada[3].
O selo do Templo era circular e tinha representações em ambos os lados. No verso, a menção XRISTI DE TEMPLO rodeando a representação da famosa Cúpula da Roca, sede da Ordem, situada no local do antigo Templo de Salomão e posteriormente rebaptizada Templo do Senhor[4]. Na frente, a menção sigillvm militum a toda a volta do selo onde figuravam dois cavaleiros montados no mesmo cavalo. Qual o seu significado?[5].
Dando fé aos cronistas ingleses, pretendeu-se ver nele o símbolo da pobreza inicial da Ordem, explicação que parece ser mais simbólica do que verosímil. Não esqueçamos que eram cavaleiros que deveriam ter algumas posses e que, inclusivamente, a própria Regra indicava que cada um devia ter dois cavalos. Assim, esta representação deveria simbolizar a união e a entrega de cada cavaleiro em benefício de todos: o bom entendimento, a harmonia e a disciplina que deviam reinar em todos os ofícios da Ordem.
Na sua luta espiritual, o cavaleiro é servo e instrumento de acção da divindade e, nesse âmbito, realiza-se na concretização dessa causa. Assim, o símbolo do cavaleiro inscreve-se numa clara intenção de espiritualizar o combate. Por conseguinte, o ideal do cavaleiro manifesta-se no desejo de participar na realização de uma missão que se distinga por uma moral elevada e sagrada. A Regra insiste na vida que se deve ter em comum e o selo simboliza-a.

in Eduardo Amarante, "Templários", Vol. 1
[1] O Mestre do Templo também era designado Mestre do Templo de Jerusalém. Para além da denominação Magister Humilis, tinha outras de acordo com o teor dos documentos a assinar: Magister Militæ Templi, Hugo Peccator, Robertus Magister e Minister Humilis.
[2] Por volta de 1164 foi criado o cargo de Visitador Cismarim, que auxiliava o mestre na administração das casas do Templo na Europa. Na época, o grande mestre era Bertrand de Blanquefort e Geoffroy Foucher era o visitador.
[3] Por sua vez, no Ocidente, o mestre de França usava no seu selo a rotunda do Templo de Paris que mais não era do que a réplica da de Jerusalém, com um abraxas como contra-selo. Por fim, as comendas e casas templárias adoptaram, regra geral, um castelo com três torres.
[4] Os templários restauraram o edifício octogonal chamado Cúpula da Roca, tendo-o consagrado solenemente em 1142. A partir de então, chamaram-lhe Templo do Senhor. É a actual Mesquita de Omar.
[5] É curioso encontrar esta representação de dois cavaleiros montados no mesmo cavalo quando a própria Ordem do Templo o proíbe expressamente. No seu artigo (Retrait) 379 diz o seguinte: “E dois irmãos não devem cavalgar uma só montada”. Recordemos que era obrigatório a todos os cavaleiros que ingressassem na Ordem possuir dois cavalos. Ora, daqui se depreende que esta representação do selo é simbólica.

SIGNIFICADO SIMBÓLICO DO SELO DOS CAVALEIROS GÉMEOS



Esta sigilografia é profundamente simbólica e pode ter vários significados. São eles:
·       O símbolo dos dois mundos: o material e o espiritual;
·       O símbolo da dualidade na acção: o guerreiro, mais activo (exotérico-exterior) e o monge mais passivo (esotérico-interior);
·       O símbolo de duas religiões: a cavalaria cristã e a cavalaria muçulmana servindo o mesmo ideal tradicional, representado pela montada comum[1]; duas religiões que se unem para originar o império do Espírito, que na época constituía uma heresia;
·       O símbolo da dupla missão templária: a missão pública, que satisfazia a Igreja na defesa dos cristãos desprotegidos; e a missão “secreta”, universal, separada da Igreja, e cuja finalidade, hoje, dificilmente alcançamos em toda a sua dimensão histórica;
·       O símbolo do duplo poder: a aliança a ser realizada entre a autoridade espiritual e o poder temporal;
·       O símbolo de duas formas de vida: intelectual e prática; uma e outra têm necessariamente de trabalhar em conjunto (Ora e Labora) em prol de uma causa;
·       O símbolo da dualidade interna do homem: a natureza inferior (o mal) e a natureza superior (o bem).

Assim, a presença dos dois cavaleiros simboliza a dupla função da Ordem, guerreira e religiosa, mas também a dualidade em tudo o que existe: o Oriente e o Ocidente, o Antigo e o Novo Testamento, a luta apocalíptica entre o bem e o mal, as trevas e a luz, etc.

in Eduardo Amarante, "Templários", Vol. 1

[1] A este trecho é interessante salientar que, por exemplo, na insígnia de uma cidade do Algarve, Silves, encontra-se uma elucidativa representação simbólica de dois rostos diferentes quanto à vestimenta utilizada: um é cristão, outro muçulmano. Será que esta representação pretende traduzir a união (coexistência pacífica entre dois povos diferentes) entre o mundo árabe e o mundo cristão? Como é que em terras portuguesas se logrou alcançar esta estratégia? É um assunto que retomaremos quando, no volume II, falarmos sobre a formação de Portugal.

O SELO ABRAXAS E O SEU SIGNIFICADO SIMBÓLICO



O Abraxas é um personagem fabuloso que segura com a mão direita um escudo e com a esquerda um látego. O busto e a cabeça são de galo, com o bico levantado. As pernas e os pés terminam em forma de serpentes; à sua volta, por vezes acompanhadas de estrelas, as letras grega I A W, iota, alfa e omega, respectivamente.
Os Abraxas utilizados para selar são gemas que remontam ao século II d.C. Essas gemas eram engastadas em anéis usados pelos primeiros cristãos de tendência gnóstica, em particular os discípulos de Basílides[1], que fez um sincretismo entre as correntes mitríacas, orientais e celtas do cristianismo primitivo.
Abraxas é uma palavra composta por sete letras que faz referência aos sete planetas e aos sete arcanjos. Ao decompor esta palavra, segundo o sistema grego de numeração[2], obtém-se, ao somar os valores dessas sete letras, o número 365, isto é, o ciclo do ano, o infinito ou o céu fixo onde os sete planetas se movem.
O monstro central deste selo é Panthé[3], ser híbrido que reúne vários símbolos e atributos divinos. A sua cabeça, em forma de galo, virada para o céu simboliza o seu canto que faz nascer o sol ou a luz do Conhecimento. As pernas terminadas em corpos de serpente represen­tam a imagem da dualidade luz-trevas. Nesta representação há um claro paralelismo com o gonfalão baussant, negro e branco (luz-trevas), dos templários.
As letras I A W são as iniciais de IhsovV ou Jesus, com o alfa e o omega, visão gnóstica do Cristo do Apocalipse de S. João Evangelista, que neste selo é mostrado com o escudo, protegendo os seus adeptos.
O látego que Panthé segura na outra mão, por vezes substituído por um caduceu, parece ter sido, como no Antigo Egipto, insígnia de um grau ou função exercida pelo portador do anel.


in Eduardo Amarante, "Templários", Vol. 1





[1] Basílides, filósofo cristão gnóstico da Escola de Alexandria, viveu por volta do ano 130. Foi incumbido, em Alexandria, de dar ao cristianismo a dimensão cosmológica de que carecia, desenvolvendo a pesquisa do Conhecimento (Gnose) em detrimento da moral e da fé, únicos ou principais fundamentos primitivos. Para tal, necessitava de conciliar as grandes correntes neoplatónicas com a fé cristã nascente. Basílides foi o mentor da tendência gnóstica na Igreja, doutrina que esteve na base do pensamento beneditino, cisterciense e, obviamente, templário. Perseguido pela Igreja, todos os seus escritos foram destruídos. O mesmo veio a acontecer séculos mais tarde com os dos templários.
[2] Segundo este sistema ABRAXAS: A = 1; B = 2: R = 100; A = 1; X = 60; A = 1; S = 200. Somando estas parcelas, o total é idéntico ao número 365, que corresponde aos dias do ano.
[3] Pan-Thé, nome que etimologicamente deriva do grego Pan = tudo (natureza) + Thé (Théos) = Deus. É o Deus do todo, simbolizando a energia criadora desse Todo. De Pan provém a palavra pânico, terror que se espalha a toda a natureza e a todos os seres em virtude da presença desse Deus que perturba o espírito e turva os sentidos. Filósofos neoplatónicos e cristãos fizeram dele a síntese do paganismo. A morte de Pan simboliza o fim das instituições (in Dictionnaire des Symboles, p. 724).

AS INICIAÇÕES E OS MISTÉRIOS DE ÍSIS



A etimologia da palavra mistério provém de segredo ou germe, ou seja, algo que não deve ser revelado aos profanos ou ao homem vulgar que, na sua própria etapa evolutiva, é como o “botão da árvore – não deve nem pode abrir-se durante os letais frios do Inverno, até que o tépido hálito da nova Primavera o vitalize”[1]. Mas segundo o ensinamento iniciático tradicional, a palavra mistérios provém do grego teletai ou perfeição, e de teleutéia, morte, o que significa que o renascimento espiritual é sempre precedido por uma morte iniciática[2].

As iniciações foram verdadeiras escolas em que se ensinaram as verdades da religião primitiva (mãe de todas as religiões), a existência de um Deus único, Incognoscível e Inominado, a imortalidade da alma, os fenómenos da natureza, as artes, as ciências, a moral, a legislação, a filosofia, a geometria, a metafísica e muitas outras ciências apenas conhecidas pelos iniciados, homens de grande elevação moral e espiritual, que, assim, evitavam a má utilização desses conhecimentos por mentes pervertidas e sem escrúpulos, como sucede, infelizmente, nestes inícios da era de Aquário, em pleno Kali Yuga[3].

Em épocas tão obscuras quanto a nossa, em que se vivia no caos das superstições populares, o homem pôde sair da barbárie graças aos mistérios, e isto porque, entre os iniciados prevalecia a ideia de civilizar os costumes das gentes bárbaras, para que pudessem integrar a sociedade, conduzindo os seres humanos mais atrasados a uma existência digna, inculcando-lhes, para tal, a ética e a moral, como bases das instituições humanas. De entre esses mistérios há que salientar os de Ísis, que contribuíram grandemente para a melhoria da condição social da humanidade, aperfeiçoando os costumes e vinculando os indivíduos à sua comunidade por meio de deveres sagrados e recíprocos. Pouco a pouco, os mistérios foram perdendo a sua importância, até desaparecerem, ou melhor dito, ocultarem-se. No Ocidente foram abolidos pelo imperador romano Teodósio no séc. IV d.C.[4].

in Eduardo Amarante, "Profecias - Da interpretação do Fim do Mundo à vinda do Anticristo"
[1] In M. Roso de Luna, ob.cit.
[2] O mysterium latino corresponde ao grego teletai, cuja raiz original se encontra na palavra teleutéia, morte.
[3] Tida como a Idade (Yuga) de Ferro no pensamento hindu. Tem uma duração de 432.000 anos, sendo que desses já passaram 5.000 anos e caracteriza-se por ser um período de intoxicação da informação, prostituição, chacina de animais, jogo e destruição da natureza.
[4] Teodósio interditou, progressivamente, todos os cultos não cristãos. Pouco a pouco, os templos não-cristãos foram fechados ao culto e as procissões “pagãs” proibidas. Foi nessa época que aconteceram na Germânia as primeiras execuções de hereges, uma negra tradição que a Igreja desenvolveria com a Inquisição e a perpetuaria até 1826.

A “PACTIO SECRETA”


“Os templários assumiam exteriormente o cristianismo, mas internamente superavam-no e enriqueciam-no com o conhecimento de outras tradições antigas; tendiam pouco a pouco a identificar o princípio da suprema autoridade a um centro desligado da Igreja de Roma.

No entanto, a maioria dos políticos da época ignorava os planos “secretos” da Ordem. Mas houve excepções. Foi o caso de Frederico II de Hohenstaufen, imperador que escandalizou Roma porque, em vez de participar nas cruzadas, multiplicava os seus contactos com as elites culturais do Próximo Oriente. Como inimigo irredutível que era dos papas, foi iniciado nos mistérios da filosofia sufi do Islão. Era um imperador culto porque, para além de falar várias línguas, procurava a chave de interpretação das coisas através da história do mago Merlim (vestígios da tradição druida) e do Graal. Igualmente foi iniciado nos mistérios templários em 1228, em S. João de Acre. Nessa data foi escolhido pelos cavaleiros templários e teutónicos que, ligados por um pacto, o elegeram para ser o Imperador do Mundo (*). Porém, a Igreja, que tudo vigiava, adivinhou tais desígnios e, segundo consta, mandou matar Frederico II, gorando-se, assim, qualquer plano que viabilizasse a criação de um império universal.”

(*) A fazer fé no que alguns autores afirmaram, Frederico II (1220-1250) teria presidido, em 1228, em S. João de Acre à “Távola Redonda” que reunia os chefes secretos das ordens de cavalaria tanto cristãs como muçulmanas. Esta reunião foi conhecida mediante um documento apelidado de Pactio Secreta. Testemunho dessa época é o que resta do castelo octogonal de Castel del Monte, na Sicília, que servia de reunião para a futura sede do Império. Foi o próprio Frederico II que supervisionou esta construção, que obedecia ao plano de arquitectura templária, baseado num profundo simbolismo, em que os elementos numéricos, geométricos e geográficos davam um duplo carácter transcendente e funcional ao edifício. 



in Eduardo Amarante, "TEMPLÁRIOS", Vol. 1 - Dos Antecedentes Históricos à Fundação e Expansão

OS MONUMENTOS MEGALÍTICOS, OS TEMPLOS E SUA FUNÇÃO ENERGÉTICO-RITUAL



Vem de tempos imemoriais a concentração de cerimónias de culto em determinados lugares, recintos ou edificações. Para isso, a Natureza bafejou os “primitivos” com locais propícios para os seus cerimoniais e rituais. Árvores, bosques, montanhas, pedras e rios eram ambientes inspiradores para o homem poder entrar em comunhão com a divindade. Inclusive, a Natureza era tida como sagrada: a Mãe Natureza.
Para além das construções sepulcrais de que hoje temos vestígios, o homem também ergueu, através dos tempos, monumentos e edifícios cada vez mais complexos, onde se realizavam as cerimónias dos variados cultos religiosos. A exemplo disso temos os cromeleques, os menires, as antas… Vulgarmente situavam-se longe das aglomerações humanas. Pelos vestígios neles encontrados considera-se que estes monumentos sagrados foram erigidos em locais revestidos de um profundo simbolismo religioso.
É difícil sabermos ao certo a utilidade ou funcionalidade dos mesmos. No século passado alguns investigadores alvitraram a hipótese de estes locais sagrados apresentarem traços comuns identificados por uma rede de pontos especiais que se uniam por linhas rectas. Curiosamente, a maioria destas linhas passa por lugares onde se situam menires ou cromeleques. Em alguns casos, eram erguidos sobre correntes de água, rios, subterrâneos. Daqui se depreende que, supostamente, estes templos megalíticos possuíam, quanto à sua localização, uma função energético-ritual e, muito seguramente, exerciam sobre o homem determinados estados de consciência. Hoje, em muitos lugares, inclusivamente em Portugal, mantêm-se crenças que relacionam determinados menires ou penedos com a fertilidade de mulheres, curas milagrosas, etc.
In Eduardo Amarante, “Templários”, Vol 1

O TEMPLO DE SALOMÃO E O SEGREDO TEMPLÁRIO


O Templo de Salomão, construído de 1013 a 1006 a.C., foi minuciosamente descrito, na Bíblia, como uma arquitectura grandiosa, sobretudo nos materiais empregues na sua edificação (lI Crónicas, 3, 4).
 Era um templo feito em pedra e ficava na parte oriental de Jerusalém, no Monte Moriá, colina isolada por três dos seus lados e ligada pelo norte às montanhas de Judá. Foi construído por fenícios (não esqueçamos que estes foram pálidos imitadores dos egípcios, assírios e gregos), sob a direcção de um arquitecto de Tiro, o famoso Hiram Abiff. Pelo acidentado do terreno houve necessidade de fazer uma terraplanagem, que chegou a atingir nalguns pontos a altura de 38 metros. No interior do templo, mais propriamente na sua sala central, o “Sanctum Sanctorum”, colocou-se a mítica Arca da Aliança (*).

No átrio exterior do templo havia um enorme recipiente em bronze, o “mar de bronze”, onde os sacerdotes se purificavam antes de exercerem os rituais. Os símbolos mais importantes que encontramos são: a estrela de David, de seis pontas, o candelabro de sete braços, instalado no templo e o rolo da Tora que contém os cinco livros de Moisés.

O Templo de Salomão foi destruído pelos caldeus em 588 a.C. e reconstruído por Zorababel em 516 a.C. Porém, foi ampliado por Herodes em 18 a.C. Finalmente, foi totalmente destruído por Tito, no ano 70 da nossa era, não ficando pedra sobre pedra. Toda a reconstituição do templo é, pois, conjectural, feita segundo as referências bíblicas e as Antiguidades Judaicas de Josefo.

(*) A tradição diz que Hugo de Payns (um dos fundadores da Ordem do Templo) e os seus companheiros tinham descoberto, nas ruínas do Templo de Salomão, a Arca da Aliança e haviam-na transportado para França, assim como os segredos de Hiram Abiff, o lendário construtor daquele templo. Estes tesouros, ainda de acordo com a tradição, teriam sido escondidos na catedral de Chartres. Após o incêndio que destruiu a citada catedral, foram os templários que financiaram a sua reconstrução e forneceram os mestres-canteiros especializados na arte gótica, chamados “Filhos de Salomão”.

In Eduardo Amarante, “Templários”, Vol 1

ESTAMOS A ENTRAR NUM NOVO CICLO HISTÓRICO



"A sociedade actual está em pedaços, porque “atomizou-se” devido à falta de espiritualidade, ao individualismo egoísta e à inversão dos valores atemporais. Está na hora de revertermos o processo. Para isso, homens e mulheres de boa vontade, em comunhão espiritual com a Natureza, deverão rever as suas prioridades e a sua missão nesta vida, unindo-se em pequenas comunidades holísticas, tornando-se o mais autónomos possível em relação a uma sociedade que entrou em decomposição." - Eduardo Amarante