SE…


"Se o sistema que hoje vivemos fosse bom;
se todos cumprissem bem o seu papel e as suas responsabilidades;
se houvesse de facto justiça, concórdia e oportunidades iguais para todos;
se não faltasse a moral nem uma espiritualidade viva… que recear do amanhã?!
Só reclama pão quem tem fome;
só reclama ordem quem se sente ameaçado;
só reclama espiritualidade quem não a encontra onde a esperaria encontrar.
Receia-se o futuro porque se fracassou e criam-se bodes expiatórios para ocultar o próprio fracasso.
Que receiam os Velhos do Restelo? O passado longínquo que fez grande a nação que é hoje Portugal. Os heróis da nacionalidade, os génios da política estratégica de então. Receiam, sobretudo, os filhos de Luso, aquela raça guerreira que não tinha medo de combater contra números desproporcionados de exércitos. Actualmente, os nossos símbolos sagrados estão enterrados pela arte e o engenho das forças das trevas que apagam a identidade do povo." – Eduardo Amarante

LUGARES MÁGICOS, VIRGENS NEGRAS E SERPENTES DA TERRA


"A Terra emite forças próprias segundo trajectórias horizontais e recebe forças cósmicas segundo trajectórias verticais. Estas duas linhas cruzam-se no interior da Terra nos chamados pontos telúricos que percorrem linhas sinuosas de importância variável. As linhas eram, na antiguidade, conhecidas por Serpentes da Terra e veneradas como sendo divindades ctónicas, ou das profundezas e era-lhes atribuída a cor negra. Este facto deu origem às Virgens Negras, cujos santuários foram edificados em pontos telúricos especiais, já sinalizados outrora pelos celtas e pelos construtores de megálitos. Nesses pontos eram edificados os templos (lugares mágicos ou de culto), desde as mais remotas eras. 
Em Portugal, os antecessores dos lusitanos sinalizaram esses lugares, erigindo aí dólmens e menires. Mais tarde, os celtas reutilizaram esses lugares mágicos, construindo sobre eles os seus templos. Os celtas chamavam wouivires tanto às serpentes que deslizam na Terra como às forças telúricas que percorrem o subsolo. Por fim, os visigodos, herdando esses conhecimentos sobre as energias telúricas que lhes foram transmitidos pelos druidas, deram continuidade à tradição universal, reactivando com seus santuários esses poderosos pontos energéticos."


In Eduardo Amarante, "Portugal e os Seus Lugares Mágicos".

O SÍMBOLO DA SERPENTE


O símbolo da serpente, ondulando em forma ziguezagueante sobre a superfície terrestre, é o mais representativo da sacralidade do mundo. Na Antiga Tradição é tido como um dos aspectos visíveis e terrestres da divindade que percorre e alimenta o interior da Terra, garantindo o seu equilíbrio geomagnético. As energias cósmicas e telúricas, quando conjugadas num ponto do planeta, concentram nele uma forte carga energética, atribuindo a esse lugar um valor sagrado, mágico. Aí os antigos erigiam os seus monumentos megalíticos procedendo a cerimónias religiosas em troca das benesses recebidas.
In "Portugal e os Seus Lugares Mágicos", Eduardo Amarante