AS SETE VIRTUDES DO CAVALEIRO - Ideal da Cavalaria


"Todo o cavaleiro deve saber as sete virtudes, raiz e princípio dos bons costumes. São elas: fé, esperança, caridade, justiça, prudência, fortaleza e temperança. 


• Pela fé, o cavaleiro vê espiritualmente Deus e as suas obras, crendo, desse modo, nas coisas invisíveis. Empunha a arma contra os inimigos da cruz e contra os maus que, por falta de fé, menosprezam os outros homens e os espoliam; 



• Pela esperança, o cavaleiro lembra-se de Deus na batalha e nas atribulações. Com esta virtude ressurge e fortalece-se a coragem do cavaleiro, fazendo-o aventurar-se nos perigos em que se mete; em suma, fá-lo suportar a fome e a sede nos castelos e nas cidades que defende quando estes são assediados; 



 • Pela caridade, o cavaleiro amará a Deus e terá piedade dos homens infortunados e mercê de homens vencidos que pedem clemência. A caridade é o amor que torna leve o grande cargo da Cavalaria; 



• Pela justiça, o cavaleiro é equânime e defende o bem contra o mal, a liberdade contra a opressão. A Cavalaria fundamenta-se na justiça; por isso, o cavaleiro que se faz a si próprio injurioso e é inimigo da justiça, renega e descrê da Ordem de Cavalaria; 



• Pela prudência, o homem tem conhecimento do bem e do mal e possui a necessária sabedoria para amar o bem e lutar contra o mal. A prudência confere ao cavaleiro a mestria para evitar os danos corporais e espirituais. Muitas batalhas são vencidas mais por mestria e sensatez do que por grandes exércitos; 



• Pela fortaleza, o cavaleiro é virtuoso, capaz de enfrentar e sair vencedor dos sete vícios ou pecados que o afastam do ideal da Cavalaria. São eles: gula, luxúria, avareza, preguiça, soberba, inveja e ira; 



• A temperança é a virtude que está no meio de dois vícios: o pecado por excesso de grandeza e o outro que é o pecado por defeito. “Nada em excesso”, diziam os sábios gregos. O cavaleiro deve ser temperado em ardor e em comer, em beber, em falar, em vestir e em gastar, e em todas as outras coisas semelhantes a estas. Sem temperança não pode manter a honra da Cavalaria." 


 in Eduardo Amarante, "Templários", Vol. 1

O SONHO

"O sonho, que é a essência do ser português, move este último no sentido da realização, mas as suas raízes estão no mundo do Espírito. Neste sentido, a tríade pessoana de “Deus Quer / O Homem Sonha / A Obra Nasce” tem a sua representação simbólica no triângulo formado, de cima para baixo, pelo Mundo dos Arquétipos ou do Espírito, pelo Mundo da Psique ou da Alma e, por fim, pelo Mundo da Matéria, da plasmação da Ideia, do Arquétipo, do ensinamento esotérico. Quando o Sonho é suficientemente grande e forte nasce a capacidade de agir, de se manifestar. Então a “Obra nasce”. Eis aí o Lugar Mágico por excelência, que não pode ser compreendido sem essas três chaves interpretativas ou atributos logóicos do Universo.


Tal como o macrocosmos, o homem, como microcosmos, é formado pelas mesmas três realidades, ou três mundos: 1) A realidade arquetípica ou espiritual que lhe é quase inacessível; 2) A realidade psíquica da Alma; 3) E a realidade física, em que a Alma está na encruzilhada, crucificada, entre o mundo espiritual ou arquetípico, representado pela linha vertical, e o mundo fenoménico, material ou físico, representado por uma linha horizontal. A intersecção destas duas linhas forma o símbolo iniciático da cruz. Por vezes, encontramos em muitos templos, na intersecção da nave com o transepto (homem de braços abertos, cuja cabeça é simbolizada pela ábside), um coração ou algo equivalente como, por exemplo, uma rosa, que representa o renascer, o corolário da nossa evolução, o reencontro com a nossa Alma imortal." Eduardo Amarante