OS GRANDES CICLOS HISTÓRICOS E O ACTUAL KALI-YUGA

Todas as manhãs o Sol levanta-se em frente a uma constelação da esfera celeste. Contudo, estando animado de um movimento aparente, o Sol nunca se ergue exactamente no mesmo ponto do dia anterior. Assim sendo, o Sol muda de constelação a cada trinta dias. Após uma sucessão normal durante 365 dias, ao ter-se erguido sucessivamente frente a doze constelações diferentes, o Sol volta ao início, isto é, nasce de novo em frente àquela que o tinha acolhido no ano anterior. Constatou-se, então, que o Sol, ao longo de todo o ano, tem encontro marcado, na mesma época, com uma determinada constelação. O primeiro dia da Primavera (equinócio) foi, então, designado como o ponto de encontro (ponto vernal) da Terra-Sol-Estrelas .

Depois desta primeira observação, também se constatou que todos os anos, ao ver o Sol a levantar-se no equinócio da Primavera, ele não se ergue no mesmo ponto da constelação, pois há uma ligeira deslocação (um grau em cada 72 anos), deslocação essa que faz com que o Sol passe de uma constelação a outra (com um ângulo de 30º) em 2160 anos (72 anos x 30º = 2160 anos). O Sol percorre, então, as doze constelações do Zodíaco (Roda Zodiacal de 360º) em 25.920 anos (2.160 anos x 12 constelações). É o chamado “Grande Ano” de Platão, em que o Sol percorre os doze signos zodiacais. Este processo é cíclico e é produto do movimento de rotação e translação da Terra.

Tomando como ponto de partida o equinócio da Primavera, o Sol movimenta-se no sentido dos ponteiros do relógio, isto é, o seu movimento é contrário às estações do ano e à sequência a que nos habituámos dos signos do Zodíaco.

Houve uma época em que o Sol se erguia, por ocasião do equinócio da Primavera, em frente à constelação zodiacal do Carneiro (o Agnus Dei, o Cordeiro Pascal). Percorridos 2.160 anos, pelo chamado fenómeno da precessão dos equinócios, o Sol não se levanta em frente a Touro, mas sim frente a Peixes. Ora, a era de Peixes iniciou-se um pouco antes do nascimento de Jesus Cristo . Por essa razão, o símbolo identificativo dos primeiros cristãos era o Peixe (em grego ichthys) como símbolo de Cristo.

(...) Estas eras ou idades estão englobadas no Grande Ano de 25.920 anos. Este, por sua vez, é um ciclo dentro de outro ciclo muito maior, conhecido na Índia e no Tibete pelo nome de Manvantara, formado por quatro grandes idades ou Yugas. São elas, respectivamente:
• Krita (ou Satya) Yuga, que corresponde à Idade de Ouro;
• Tetrâ Yuga, que corresponde à Idade de Prata;
• Dvâpara Yuga, que corresponde à Idade de Bronze;
• E por último, Kali Yuga, o actual Yuga (ou idade), que corresponde à Idade de Ferro.

O actual Kali Yuga teve início no final da vida corpórea de Krishna (aproximadamente há uns 5.100 anos).

in "PROFECIAS-da Interpretação do Fim do Mundo à Vinda do Anticristo", Eduardo Amarante


O ENIGMÁTICO ALFABETO IBÉRICO - ALVÃO E GLOZEL

Para os epigrafistas, a escrita, implicando um alto grau de síntese e de abstracção, teria nascido no Oriente. Mais afirmavam que a origem do alfabeto propriamente dito seria fenícia. Porém, a descoberta de inscrições ibéricas encontradas em dólmens e em fragmentos de cerâmica, bem como o achado arqueológico de Glozel, cujas inscrições eram aparentadas àquelas, vieram revolucionar todos os conceitos tidos até então como certos.

 Em 1891, Estácio da Veiga defendeu a tese de que o “alfabeto, longe de ter tido origem, como é suposição corrente, na Fenícia, provinha da Península Ibérica.” Essa sua tese viu-se reforçada com a descoberta, em 1894, pelos abades José Brenha e Rafael Rodrigues , de inscrições aparentemente alfabéticas numa anta de Carrazedo de Alvão, próximo de Vila Pouca de Aguiar (Trás-os-Montes).

Este alfabeto, denominado de Alvão, é constituído por dezenas de sinais e símbolos que traduzem não só fonemas como também ideias complexas no âmbito do simbolismo universal. Mendes Corrêa reconheceu a autenticidade do alfabeto do Alvão, o que demonstra a existência de um alfabeto ocidental próprio. Em 1925, a jazida arqueológica de Glozel, no sul de França, estudada por Antonin Morlet, revelou inúmeros objectos e placas de argila cobertos de sinais alfabetiformes. O arqueólogo francês, conta-nos Mendes Corrêa, "conseguiu encontrar cerca de 100 caracteres diferentes, considerando-os como pertencentes a um primitivo alfabeto neolítico ocidental, do qual teriam derivado, com as simplificações necessárias, vários alfabetos mediterrânicos, os quais estariam assim longe de se deverem considerar os mais antigos.”

Vários arqueólogos de nomeada, como Leite de Vasconcelos, o abade de Breuil ou Salomon Reinach, debruçaram-se sobre esta surpreendente descoberta. Reinach, ao cabo de dois dias de investigações, declarou: “Afirmo sem hesitações, já que não posso recusar o testemunho dos meus próprios olhos e a evidência das descobertas feitas na minha presença, que todos estes objectos, por mais extraordinário que possa parecer, são autênticos, sem retoques, todos da mesma origem.”

A analogia das pedras de Glozel (França) com as de Alvão é por demais significativa, a ponto de S. Reinach afirmar que “Glozel e Alvão confirmam-se mutuamente. Duvidei, já não duvido”. Numa carta dirigida a Leite de Vasconcelos, o arqueólogo alemão acentuou “o facto de terem sido os portugueses os verdadeiros precursores nesta ordem de descobertas relativas às origens do alfabeto”. 

Para Mendes Corrêa, esses sinais alfabéticos encontrados na Península, bem como no sul de França “…demonstravam a tese da existência de uma remota escrita pré-histórica na Europa Ocidental (…). Em caso algum a escrita ibérica poderá considerar-se derivada do alfabeto fenício. A maior parte dos caracteres ibéricos não está representada na escrita fenícia. Portanto, ou se trata de escritas com origens distintas, ou foi a fenícia que derivou da ibérica, e não esta daquela.” - Eduardo Amarante
 in "Templários", Vol. 2