PERIGO: A MORTE DA RAZÃO

“São inegáveis os perigos que se produzem quando um povo atravessa um período de desculturalização massiva. Vemos através dos exemplos que a História nos dá que este é um fenómeno cíclico e geralmente de consequências mais ou menos dolorosas e, não raras vezes, gera movimentos fanáticos das massas que, invariavelmente, são brutais e inconsistentes, sempre de resultados nefastos.
Estes movimentos, conduzidos por um ou mais líderes sem escrúpulos, cheios de ânsia de poder e de opressão sobre os demais, e hábeis na manipulação psicológica das massas, caracterizam-se pela exaltação do ódio, da inveja e da contestação nestas últimas e estão impregnados de violência e de destruição.
A arma utilizada por estes líderes de um mundo material e ateu é, precisamente, a aniquilação do senso comum natural, presente em todos os homens, e a desculturalização geral dos indivíduos segundo planos, aliás, muito bem orquestrados. Esta desculturalização funda-se numa desagregação gradual dos índices de informação, de conhecimento, de valores morais e sociais e, sobretudo, numa crescente falta de convívio e de diálogo entre os homens e Deus. Para tomarmos consciência disto, bastaria lermos friamente e sem preconceitos sobre pretensas oposições de “direita” e “esquerda” (clichés muito utilizados) que fazem parte de um plano que Lenine escreveu nos inícios do século XX para a penetração ideológica comunista no Ocidente. Este plano tinha como base a eliminação progressiva dos valores como Deus, a Pátria, a Família e o culto aos antepassados.
Efectivamente, as frases estereotipadas e sem conteúdo, mas bem sonantes, as promessas irrealizáveis e a lavagem ao cérebro através de repetições sucessivas sobre pretensas “conquistas”, como a democracia, a liberdade, a igualdade, o direito ao trabalho e ao ensino, etc., produzem sempre um efeito hipnotizante nas massas, que se vêem docilmente envolvidas neste jogo de vocábulos que não entendem. A arte deste aparelho invisível, que possui de facto as rédeas do poder, utilizando as massas para os seus fins pessoais de poder e lucro, consiste precisamente em fazer pensar ao povo que sabe e entende e que tem o direito de exprimir a sua opinião...” – Eduardo Amarante

in "PORTUGAL - A MISSÃO QUE FALTA CUMPRIR", Eduardo Amarante / Rainer Daehnhardt