O OCTÓGONO NA FILOSOFIA PITAGÓRICA E NOS TEMPLÁRIOS
Na escola pitagórica era interdito pronunciar o octógono. A razão principal devia-se ao facto de este ser a chave fundamental para compreender o Merkabah, designação do campo magnético do homem que traz a iluminação, ou seja, a solução para todos os problemas de que o ser humano padece. Por sua vez para a Ordem Templária, o número oito representava um símbolo sagrado, demonstrativo da sua devoção às oito beatitudes evangélicas. O número de oito beatitudes ou princípios significa a sabedoria infinita sob múltiplas formas. O octógono é uma figura geométrica correspondente a dois quadrados entrelaçados (4 + 4 = 8). A maior parte das principais igrejas construídas pelos templários (Laon, Metz, Tomar, etc.), foi estruturada segundo o plano octogonal. A importância do número oito para os templários é essencial como chave simbólica do equilíbrio e harmonia entre o quadrado da Terra e o círculo do Céu. A dupla espiral que bastas vezes vemos representada igualmente nos seus espaços simboliza o movimento perpétuo da vida e o infinito (representado na linguagem matemática do 8 na horizontal). Este simbolismo do equilíbrio central, que é também da justiça, encontra-se na ogdoada pitagórica e gnóstica (que simboliza os oito princípios egípcios e fenícios). Espacialmente, o número oito é sinal do equilíbrio cósmico e é também o símbolo da renovação, do renascimento ou da beatitude. Representa os quatro pontos cardeais (N. S. E. O.) e os seus intermédios (NE, NO, SE, SO). A representação do octógono está sempre presente na circunferência, na intersecção das diversas linhas que o atravessam, e é a imagem do Homem, o ser transformado que superou a sua dimensão humana e se uniu a Deus.
in "Templários", vol. 4, Eduardo Amarante
Imagem: Octógono à entrada da porta da Igreja Paroquial de S. Pedro, em Óbidos.