• A Milícia de Cristo pouco trouxe de novo para a época que já não tivesse existido anteriormente num outro período histórico da humanidade. Ressalta que os templários foram, de facto, se bem que de modo discreto, os herdeiros legítimos e fiéis depositários das antigas tradições e de antigos cultos pagãos, já perdidos na memória dos homens;
• Não há como nos cingir à simples e linear forma como a História oficial aborda o tema templários, sem ter em conta o seu enquadramento no plano da existência humana: o facto de a Ordem tomar para si arquétipos e vivenciá-los na vida diária (sob a forma de um ideal), ao mesmo tempo em que, intelectualmente, actualizava os conteúdos desse conhecimento tradicional, transpondo-o para o seu período histórico, era revolucionário, pois determinou o pensamento da época, constituindo um factor inovador no seu tempo;
• Os cavaleiros de Cristo não só praticaram estes preceitos morais, através de uma forte e estrita disciplina, como também os expandiram por todos os cantos do mundo, entre aqueles povos com quem já mantinham contactos estreitos, e entre aqueles com quem iniciaram os primeiros intercâmbios culturais. Esse, sim, foi, sem sombra de dúvidas, o maior contributo que a Ordem podia ter dado ao status quo de um período histórico tão carente de cultura: defender e agir em conformidade com as suas convicções e as regras aceites em prol de uma causa comum.
in "Templários - de Milícia Cristã a Sociedade Secreta", vol. 1, Eduardo Amarante