A TÁVOLA REDONDA


Artur reunira sua corte em Londres. Acabara de aceitar o desafio de Riondas Ilhas quando um velho cego, que cantava acompanhada de uma harpa, solicitou a honra de levar as insígnias do rei na expedição, Artur recusou: - Você é cego, meu amigo! Nesse momento, diante de todos, o harpista transformou-se num encantador menino de oito anos, e todos compreenderam que Merlin, mais uma vez, pregara uma peça nos amigos. Retomando sua forma e seriedade, o mago fez aparecer uma grande mesa redonda, cercada por cento e cinquenta cadeiras.
- Em volta dessa mesa - disse Merlim -, irão sentar-se os cento e cinquenta melhores cavaleiros do mundo. Algumas cadeiras já trazem gravados a ouro, os nomes de alguns de vocês: Gawain e seu irmão Yvain, Sagremor, Galecin, o rei Helain e todos os que ajudaram Artur a defender o reino. Esta mesa é redonda para que nunca haja discussão sobre a importância de um único cavaleiro. Mas a cadeira situada a direita do rei está reservada a um único cavaleiro. Qualquer outro que nela se sentar será imediatamente engolido pela terra. Por isso chama-se Cadeira Perigosa. A esse cavaleiro eleito caberá uma santa missão. Fez uma pausa e prosseguiu: - Vocês sabem que, no dia em que Jesus foi crucificado, um romano convertido, José de Arimateia, recolheu o sangue de suas chagas numa taça, o Graal. Essa taça preciosa foi levada para a Grã-Bretanha pelos descendentes de José, que a esconderam num castelo. Só o cavaleiro que a encontrar poderá ocupar a Cadeira Perigosa. Os cavaleiros escutavam Merlim, em silêncio. Depois, Gawain tomou a palavra e fez um juramento:
- Juro socorrer qualquer dama ou donzela que venha a esta corte pedir auxílio. Juro socorrer qualquer homem que tenha queixas de um cavaleiro. Juro partir em busca de qualquer um de nós que desapareça, e minha busca deverá durar um ano e um dia. Em seguida, todos os outros cavaleiros repetiram o juramento. Assim foi criada a Ordem dos Cavaleiros da Távola Redonda.