A santificação do lugar é muito
anterior à vinda dos Romanos para a Península Ibérica. Nos tempos
proto-históricos, este monte sagrado situado nas proximidades de Lisboa tinha o
nome de Serra da Lua. Da época romana
temos, também, da região de Sintra, inscrições consagradas ao Sol e à Lua. “Não
seria de estranhar, escreve Leite de Vasconcelos, que os Fenícios ali tivessem
um santuário com a invocação da Lua, como decerto os tinham no Sacro
Promontório em honra de outros deuses: em tal caso o respectivo nome da
divindade seria Astarte, deusa semítica da Lua e do oceano, a que os Gregos
fizeram corresponder Afrodite.”[1]
Etimologicamente, a palavra Sintra provém de Sin, nome que os Babilónios davam à Lua e do qual os hebreus
extraíram SINAI (do caldeu SIN-AI = Monte da Lua). O sufixo TRA (SIN + TRA),
que significa três, foi acrescentado pelos antigos Lusos, para, dessa forma,
designarem “o conjunto de três coisas, qualidades ou atributos da deusa Sintra,
no seu aspecto de Lua no Céu, Diana na Terra e Hécate no Inferno.”[2]