OS ILUMINADOS DA BAVIERA E O ILUMINISMO CRISTÃO

Há quem pretenda relacionar o Conde de Saint-Germain ou, pelo menos, o seu presumível discípulo Cagliostro, com o Iluminismo (referem-se à sociedade secreta fundada por Adam Weishaupt ‘Os Iluminados da Baviera’?).

Sobre este ponto importa fazer a distinção entre o Iluminismo revolucionário como o da Baviera e um Iluminismo cristão sem qualquer finalidade subversiva. O conhecido filósofo e escritor daquela época, Joseph de Maistre, faz a seguinte distinção:
“Dá-se o nome de Iluminados a esses homens culpados, que ousaram conceber e até mesmo organizar na Alemanha, mediante a mais criminosa das associações, o ignóbil projecto de extinguir o cristianismo e a monarquia na Europa. Também se dá esse mesmo nome ao discípulo virtuoso de St. Martin, que não só professa o cristianismo como se esforça por elevar-se às mais sublimes alturas da lei divina.” 

in Eduardo Amarante, Profecias – Da interpretação do Fim do Mundo à vinda do Anticristo

O EQUINÓCIO, OS SIGNOS DO ZODÍACO E A IDADE DE AQUÁRIO


Todas as manhãs o Sol levanta-se em frente a uma constelação da esfera celeste. Contudo, estando animado de um movimento aparente, o Sol nunca se ergue exactamente no mesmo ponto do dia anterior. Assim sendo, o Sol muda de constelação a cada trinta dias. Após uma sucessão normal durante 365 dias, ao ter-se erguido sucessivamente frente a doze constelações diferentes, o Sol volta ao início, isto é, nasce de novo em frente àquela que o tinha acolhido no ano anterior. Constatou-se, então, que o Sol, ao longo de todo o ano, tem encontro marcado, na mesma época, com uma determinada constelação. O primeiro dia da Primavera (equinócio) foi, então, designado como o ponto de encontro (ponto vernal) da Terra-Sol-Estrelas[1]. Depois desta primeira observação, também se constatou que todos os anos, ao ver o Sol a levantar-se no equinócio da Primavera, ele não se ergue no mesmo ponto da constelação, pois há uma ligeira deslocação (um grau em cada 72 anos), deslocação essa que faz com que o Sol passe de uma constelação a outra (com um ângulo de 30º) em 2160 anos (72 anos x 30º = 2160 anos). O Sol percorre, então, as doze constelações do Zodíaco (Roda Zodiacal de 360º) em 25.920 anos (2.160 anos x 12 constelações). É o chamado “Grande Ano” de Platão, em que o Sol percorre os doze signos zodiacais. Este processo é cíclico e é produto do movimento de rotação e translação da Terra.

Tomando como ponto de partida o equinócio da Primavera, o Sol movimenta-se no sentido dos ponteiros do relógio, isto é, o seu movimento é contrário às estações do ano e à sequência a que nos habituámos dos signos do Zodíaco. Houve uma época em que o Sol se erguia, por ocasião do equinócio da Primavera, em frente à constelação zodiacal do Carneiro (o Agnus Dei, o Cordeiro Pascal). Percorridos 2.160 anos, pelo chamado fenómeno da precessão dos equinócios, o Sol não se levanta em frente a Touro, mas sim frente a Peixes. Ora, a era de Peixes iniciou-se um pouco antes do nascimento de Jesus Cristo[2]. Por essa razão, o símbolo identificativo dos primeiros cristãos[3] era o Peixe (em grego ichthys) como símbolo de Cristo. E o Graal cristão é guardado por um rei pescador. Desde 1950 que nos encontramos na Era ou Idade de Aquário que irá durar até, aproximadamente, 4.110 d.C. a que se seguirá a Era de Capricórnio, etc. Do atrás exposto verifica-se que o tempo durante o qual o ponto vernal se encontra numa constelação do Zodíaco corresponde a uma era religiosa, cujo símbolo está sempre em estreita relação com essa constelação. Ou seja, o signo do Carneiro (equinócio da Primavera) é o marco para a observação do deslocamento do ponto vernal. Assim, quando o signo do Carneiro está na constelação do Carneiro, temos a era do Carneiro (Áries), quando está na constelação de Peixes, temos a Era de Peixes (Piscis) e assim por diante, recordando que cada Era tem uma duração de 2.160 anos.

Estas eras ou idades estão englobadas, como vimos atrás, no Grande Ano de 25.920 anos. Este, por sua vez, é um ciclo dentro de outro ciclo muito maior, conhecido na Índia e no Tibete pelo nome de Manvantara.

In Eduardo Amarante, “Profecias – da interpretação do Fim do Mundo à vinda do Anticristo”



[1] Também podemos definir ponto vernal como o ponto do céu onde se encontra o Sol quando, na sua trajectória, corta o equador celeste, no equinócio da Primavera.
[2] A Era de Peixes iniciou-se em 210 a.C. e findou em 1950 com o ensinamento de Jesus. Antes da Era de Peixes foi a de Carneiro, Touro, Gémeos, Caranguejo e Leão, esta última entre 8.850 a 11.010 anos a.C.
[3] Mais correctamente crestãos, uma vez que Christos, de onde provém cristão, significa o Ungido, o Iluminado e, assim, cristãos seriam os membros de uma fraternidade de sábios-iniciados.

A FALSA LIBERDADE DA DEMOCRACIA



O que vemos nas nossas democracias modernas? Fizeram-nos crer que os homens são todos iguais e que o objectivo último é alcançar a liberdade. Ora acontece, e fazendo fé no que Platão nos diz, que a liberdade é algo que pertence à esfera do indivíduo, ou seja, é um produto da consciência interna de cada um. Um homem pode ser socialmente livre, mas ser escravo de si próprio. Por exemplo, todo o homem que actua condicionado por alguma coisa, seja pelos seus instintos, seja pelos seus prazeres, ou mesmo pelas opiniões alheias que o induzem a fazer de uma maneira e não de outra, etc., não é livre, pois não é mestre das suas próprias decisões. A liberdade não vem de fora. A liberdade é um estado interior e, como tal, só o indivíduo pode alcançá-la e vivê-la.

Uma sociedade só pode ser livre quando cada um dos seus cidadãos, individualmente, for livre. É algo que depende exclusivamente de cada um, porque um homem verdadeiramente livre não depende do exterior para agir. Os famintos reclamam pão; os escravos reclamam liberdade.

Não será Platão de uma grande actualidade? As suas reflexões adaptaram-se perfeitamente ao drama do século XX e às consequências que se farão sentir no início deste terceiro milénio. Durante muitos anos persuadiram-nos de que a democracia podia justificar todos os crimes cometidos, tendo as palavras perdido o seu sentido real e sendo utilizadas abusivamente para fins pessoais egoístas. É assim que se explica que existam tantas democracias no mundo, das mais diversas cores, e que a luta entre elas nunca finda.

Em nome da democracia “liberalizam-se” os povos do terceiro mundo, “protegidos” por uma ou outra das grandes potências actuais que disputam o predomínio de vastas áreas para fins inconfessáveis. Fazem-se guerras em nome da democracia e da liberdade dos povos, sem que estes tenham tido a oportunidade de expressar livremente o rumo que querem seguir.

Em certos países de África, o povo não tem pão, não tem instrução, mas tem armas; na Índia, há aldeias onde a escola e a electricidade ainda não chegam a todos, mas onde já chegou a coca-cola.

A imposição da liberdade aos homens não é possível, é uma utopia, ou melhor, uma mentira. No mundo actual, globalizado, existem algumas pessoas que simplesmente utilizam a “liberdade” para explorar. A liberdade serve, em muitos casos – para não dizer na sua grande maioria –, para que os mais hábeis e sem escrúpulos explorem o povo indefeso e facilmente sugestionável. Os seus desígnios têm apenas um objectivo: fazer alguém escravo dos seus interesses.

Em nome da liberdade os tiranos de hoje cometem as maiores arbitrariedades e apanham nas suas malhas os incautos que acreditam nas suas palavras. No mundo global, podemos espalhar o bem, mas o mal também facilmente se multiplica...
Eduardo Amarante