O EQUINÓCIO, OS SIGNOS DO ZODÍACO E A IDADE DE AQUÁRIO


Todas as manhãs o Sol levanta-se em frente a uma constelação da esfera celeste. Contudo, estando animado de um movimento aparente, o Sol nunca se ergue exactamente no mesmo ponto do dia anterior. Assim sendo, o Sol muda de constelação a cada trinta dias. Após uma sucessão normal durante 365 dias, ao ter-se erguido sucessivamente frente a doze constelações diferentes, o Sol volta ao início, isto é, nasce de novo em frente àquela que o tinha acolhido no ano anterior. Constatou-se, então, que o Sol, ao longo de todo o ano, tem encontro marcado, na mesma época, com uma determinada constelação. O primeiro dia da Primavera (equinócio) foi, então, designado como o ponto de encontro (ponto vernal) da Terra-Sol-Estrelas[1]. Depois desta primeira observação, também se constatou que todos os anos, ao ver o Sol a levantar-se no equinócio da Primavera, ele não se ergue no mesmo ponto da constelação, pois há uma ligeira deslocação (um grau em cada 72 anos), deslocação essa que faz com que o Sol passe de uma constelação a outra (com um ângulo de 30º) em 2160 anos (72 anos x 30º = 2160 anos). O Sol percorre, então, as doze constelações do Zodíaco (Roda Zodiacal de 360º) em 25.920 anos (2.160 anos x 12 constelações). É o chamado “Grande Ano” de Platão, em que o Sol percorre os doze signos zodiacais. Este processo é cíclico e é produto do movimento de rotação e translação da Terra.

Tomando como ponto de partida o equinócio da Primavera, o Sol movimenta-se no sentido dos ponteiros do relógio, isto é, o seu movimento é contrário às estações do ano e à sequência a que nos habituámos dos signos do Zodíaco. Houve uma época em que o Sol se erguia, por ocasião do equinócio da Primavera, em frente à constelação zodiacal do Carneiro (o Agnus Dei, o Cordeiro Pascal). Percorridos 2.160 anos, pelo chamado fenómeno da precessão dos equinócios, o Sol não se levanta em frente a Touro, mas sim frente a Peixes. Ora, a era de Peixes iniciou-se um pouco antes do nascimento de Jesus Cristo[2]. Por essa razão, o símbolo identificativo dos primeiros cristãos[3] era o Peixe (em grego ichthys) como símbolo de Cristo. E o Graal cristão é guardado por um rei pescador. Desde 1950 que nos encontramos na Era ou Idade de Aquário que irá durar até, aproximadamente, 4.110 d.C. a que se seguirá a Era de Capricórnio, etc. Do atrás exposto verifica-se que o tempo durante o qual o ponto vernal se encontra numa constelação do Zodíaco corresponde a uma era religiosa, cujo símbolo está sempre em estreita relação com essa constelação. Ou seja, o signo do Carneiro (equinócio da Primavera) é o marco para a observação do deslocamento do ponto vernal. Assim, quando o signo do Carneiro está na constelação do Carneiro, temos a era do Carneiro (Áries), quando está na constelação de Peixes, temos a Era de Peixes (Piscis) e assim por diante, recordando que cada Era tem uma duração de 2.160 anos.

Estas eras ou idades estão englobadas, como vimos atrás, no Grande Ano de 25.920 anos. Este, por sua vez, é um ciclo dentro de outro ciclo muito maior, conhecido na Índia e no Tibete pelo nome de Manvantara.

In Eduardo Amarante, “Profecias – da interpretação do Fim do Mundo à vinda do Anticristo”



[1] Também podemos definir ponto vernal como o ponto do céu onde se encontra o Sol quando, na sua trajectória, corta o equador celeste, no equinócio da Primavera.
[2] A Era de Peixes iniciou-se em 210 a.C. e findou em 1950 com o ensinamento de Jesus. Antes da Era de Peixes foi a de Carneiro, Touro, Gémeos, Caranguejo e Leão, esta última entre 8.850 a 11.010 anos a.C.
[3] Mais correctamente crestãos, uma vez que Christos, de onde provém cristão, significa o Ungido, o Iluminado e, assim, cristãos seriam os membros de uma fraternidade de sábios-iniciados.