“A religião dos Lusitanos era panteísta, sendo mais que provável a existência de um “colégio” sacerdotal à semelhança do druidismo c
elta. Adoravam as forças naturais, praticando através de ritos, festas e fórmulas a magia e a fisiolatria. Esta última distingue-se da idolatria na medida em que não adoravam os objectos em si como as figuras, amuletos, etc., e sim o espírito neles contido ou representado. Cultuavam o Sol, a Lua, as estrelas, os ventos, as tempestades, os montes, as grutas, os rios, etc. O panteão lusitano apresenta inúmeras divindades da terra e da fecundidade. A mulher e a terra-mãe estavam ligadas ao culto da sagrada fecundidade. O culto às divindades ctonianas fazia-se em cavidades subterrâneas. Também tinham locais de culto em santuários situados no cimo dos montes ou junto às nascentes. Neles existia o thesaurus, área reservada à deposição de oferendas.
Os templos estavam quase sempre formados por grandes blocos de pedra não polida, abertos ao céu. As suas formas cultuais realizavam-se em torno de uma árvore sagrada: o carvalho ou azinheira, como aliás também acontecia com os druidas celtas.
in Eduardo Amarante, Universo Mágico e Simbólico de Portugal"