“O
povo português está vivo e está prenhe de missão, de uma vontade incontrolada
(de que não tem bem consciência) de fazer qualquer coisa, algo que o tire do
marasmo, da depressão psicológica em que o lançaram e o aprisionaram desde a
traumática experiência da perda do seu rei D. Sebastião, o Desejado, na batalha
de Alcácer-Quibir. O Português, de têmpera lusa, cantado por Camões, deseja que
alguém o desperte, o ajude a romper o nevoeiro e o leve a conquistar novas
terras, a realizar o seu destino: a missão inacabada. O símbolo da sua bandeira
é a união de todos os povos, independentemente da sua raça ou credo: o culto do
Espírito Santo, a pomba que trará a paz e a fraternidade entre todos os povos
da Terra, o símbolo do Quinto Império, o mito de uma verdade velada ainda por
realizar e tão velha quanto a criação do mundo... doravante e inexoravelmente,
em alguma hora do espaço e do tempo mundano, se farão presentes.
O
mistério, tal como um véu que oculta o rosto, vela-se na bruma da memória do
nosso passado por descobrir. Falta descobrir Portugal, resgatá-lo do passado
que o fez nascer, a fim de no tempo certo cumprir-se Portugal.” – Eduardo Amarante