“A Europa está coberta por um vasto sistema de linhas de energia. Este
sistema de linhas de energia tem a sua origem no monte Pamir (por sinal uma das
montanhas sagradas dos arianos), estendendo-se até Teerão, onde se divide. Uma
das bifurcações vai para a Rússia ocidental, enquanto a outra segue em direcção
a Jerusalém, onde volta a dividir-se. Uma das novas linhas continua até às
Pirâmides, indo depois para África, enquanto a outra penetra na Europa através
de Chipre, Rodes e Santorini. Montanhas sagradas europeias e santuários de
peregrinação, como Santiago de Compostela, na Galiza, estão todos ligados a
este sistema de energia com origem no monte Pamir. A título de curiosidade, é
importante lembrar que Portugal também possui uma linha energética recta, que
vai de Santiago de Compostela a Tomar. Daí que as peregrinações ao local de
culto de Santiago de Compostela já se fizessem na antiguidade, muito antes de
ter surgido o cristianismo. A actual catedral foi erigida por cima de templos
druídicos e romanos. Assim, não constitui surpresa verificarmos que ao longo da
história encontramos o fenómeno de apropriação de lugares sagrados ou mágicos e
que, quando uma religião nova chega pela primeira vez a um território, tenha a
tendência de substituir a fé anterior, tomando para si os antigos locais
sagrados, os santuários.
Esta tem sido a fórmula encontrada para o sucesso da nova religião que, assim,
não rechaça de forma brusca a antiga crença, antes aceitando os antigos locais
de culto para uso próprio. A cristianização é o caso mais concreto da forma
como eram transformados os antigos templos de culto[1], de
cariz pagão, em templos de tradição religiosa cristã, bastando para o efeito
colocar uma imagem ou uma cruz em cima do monumento, sendo este muitas vezes um
megálito, sobretudo em Portugal e na costa atlântica europeia.”
In Eduardo Amarante, “Templários”, vol. 1
[1] Estes templos não só eram de pedra, como também
podiam ser bosques de carvalhos sagrados, a exemplo do locus consecratus druida.