A POSIÇÃO ESTRATÉGICA DE TOMAR E A ORDEM DO TEMPLO


"Após a tomada de Santarém e como recompensa pelos serviços prestados na conquista do território aos mouros, D. Afonso Henriques doou aos Templários o castelo e terras de Ceras (próximo de Tomar), em 1159, a que se juntaram um pouco mais tarde os castelos de Almourol e Pombal.

Chegados à região para entrarem na posse do castelo de Ceras, os monges-guerreiros do Templo preferiram, todavia, instalar-se no alto do morro que fica em frente à antiga Sélio.

Em 1160, D. Gualdim Pais fundou nesse morro, situado próximo das margens do rio Nabão, o castelo que havia de ser a sede da Milícia, assim como a vila que viria a chamar-se Tomar, nome tomado da denominação que os Árabes davam ao rio

Procedendo ao povoamento do lugar, um besteiro – conta a tradição – ter-se-á oferecido a Gualdim Pais para lhe indicar um local que ele dizia ter sido em tempos remotos “uma mui nobre cidade dos cristãos, chamada Nabância”, terra de Santa Iria, onde houvera um mosteiro de frades dos regrados, isto é, de S. Bento, e uma “fortaleza dos cristãos”. Portanto, povoação, castelo e mosteiro já não eram novos em Tomar e foram reutilizados pelos cavaleiros templários.

De acordo com as tradições visigóticas, Tomar era um ponto telúrico extremamente forte e a sua região (que se estendia até Alcobaça e Óbidos, passando por Leiria) era assaz propícia às empresas de ordem espiritual (incluindo nesta a investigação), bem como à prosperidade material, graças à fertilidade das suas terras." - Eduardo Amarante

in "TEMPLÁRIOS", Vol. 2 - "A Génese de Portugal no Plano Peninsular e Europeu"