A Civilização X: O FIM DA DEMOCRACIA E DA HEGEMONIA AMERICANA


“O capitalismo desaparecerá, mais cedo ou mais tarde”

O historiador Israel Shamir, ao falar sobre o “choque de civilizações”, traça o retrato, a que chama ironicamente “qualidades”, daquela Civilização X, responsável pela tremenda crise social, económica e de valores morais e espirituais que acelerou o fim desta era civilizacional. Eis, então, as “qualidades” desta Civilização X:
• É extraterritorial, não conhece fronteiras e é capaz de expansão interminável, não hesitando para tal em atacar, devorar e escravizar;
• A sua principal ocupação é a usura. Concede empréstimos aos Estados, enreda-os em dívidas impagáveis e arruína-os;
• Considera a solidariedade e a fraternidade humanas como “totalitarismo”;
• Rejeita o Espírito e considera-o “fanatismo e fundamentalismo”;
• De igual modo, detesta o Cristianismo Apostólico e o Islão, mas tudo faz para pôr os Cristãos contra os Muçulmanos e vice-versa;
• Está fortemente envolvida nas drogas. Onde quer que vença, a heroína tem campo aberto;
• Exalta a vingança;
• Tem a alma de um ignóbil patife, no seu sentido estrito de “oposto a nobre”;
• Não produz arte. A ferrugenta Vénus exposta no museu Guggenheim é idêntica a qualquer montão de ferro velho;
• Está obcecada por um medo paranóico. Gasta em armas dez vezes mais dinheiro do que o resto do mundo, mas, ainda assim, quer desarmar toda a gente;
• Despreza o trabalho e os trabalhadores. O cinema produzido pela Civilização X mostra milionários e rameiras, jogadores de casino e corretores, vadios e gansgsters…;
• Ama os ricos, não se importando minimamente de como obtiveram essa riqueza. Acredita que os ricos são virtuosos, pois foram abençoados pela riqueza, enquanto os pobres são maus e danados justamente porque são pobres.

Por exemplo, no Fórum Económico Internacional de S. Petersburgo (2009), a resposta euro-asiática ao Fórum Económico Mundial de Davos (organizado pelos mentores da Nova Ordem Mundial), assistiu-se aos ritos finais da hegemonia Americana no mundo quando o Presidente da Rússia, Medvedev apelou à China, Índia e Rússia para “construírem uma ordem mundial cada vez mais multipolar.” Isto significa que foi atingido o limite no subsídio da imensa dívida Americana, enquanto, por outro lado, também se permite que os EUA se “apropriem das nossas exportações, companhias, acções e imobiliário em troca de papel-dinheiro de valor discutível”, explica Michael Hudson. “O sistema unipolar mantido artificialmente”, esclareceu Medvedev, está baseado “num grande centro de consumo, financiado por um défice crescente e, portanto, dívidas crescentes, uma divisa de reserva anteriormente forte e um sistema dominante de avaliação de activos e riscos.” Concluiu Medvedev que a raiz da crise financeira global é que os EUA fabricam muito pouco e gastam demasiado.

O ponto de impasse com estes países euro-asiáticos é o facto de os EUA ainda terem a capacidade de imprimirem ilimitadas quantias de dólares. Assim, a China, a Rússia e outros países vêem os Estados Unidos como um país fora-da-lei, tanto financeiramente como militarmente. Como se pode caracterizar de outra maneira um país que mantém um conjunto de leis para os outros – sobre a Guerra, o reembolso da dívida –, mas ignora-as em relação a si próprio?! exclamam eles. E ainda por cima os EUA são actualmente o maior devedor do mundo e, não obstante, querem impor as suas prerrogativas ao mundo sem qualquer base moral para o fazerem, tanto mais que evitam a si próprios o sofrimento dos “ajustamentos estruturais” impostos a outras economias devedoras, utilizando dois pesos e duas medidas. Adivinha-se, por conseguinte, que uma era está a chegar ao fim. Como diz Michael Hudson:
“Se a China, a Rússia e os seus aliados não-alinhados prosseguirem o seu caminho, os Estados Unidos já não viverão mais das poupanças dos outros (…) nem terão dinheiro para as suas despesas e aventuras militares ilimitadas.”

Caiu o Império Soviético, mas antes dele caiu o Império Romano e, muito antes, caiu o Império Atlante. Esta Torre de Babel em que hoje nos encontramos, liderada pelos Senhores das Trevas, também irá cair, não obstante tentarem por todos os meios ter o domínio do mundo, ainda que para isso tenham de recorrer à matança dos inocentes.

Em todos os países ocidentais, a “segurança” contra reais ou imaginários ataques terroristas e outros serve actualmente de pretexto para o aumento da repressão e a gradual supressão da liberdade de pensamento e expressão, num tácito recuo sem precedentes da democracia.

Mas tudo isto não é por acaso, uma vez que o fim da democracia, o incremento da repressão e da censura e a instauração de um Estado-Polícia são os ingredientes indispensáveis do liberalismo económico, a fim de prevenir as reacções violentas (revoltas populares, distúrbios, pilhagens…), inevitavelmente causadas pela carência de recursos e de bens essenciais e pelo aumento exponencial de pobres e marginais.

in Eduardo Amarante, "Profecias - da interpretação do Fim do Mundo à vinda do Anticristo", Apeiron Edições