Vem de tempos imemoriais a concentração de cerimónias de culto em determinados
lugares, recintos ou edificações. Para isso, a Natureza bafejou os “primitivos”
com locais propícios para os seus cerimoniais e rituais. Árvores, bosques,
montanhas, pedras e rios eram ambientes inspiradores para o homem poder entrar
em comunhão com a divindade. Inclusive, a Natureza era tida como sagrada: a Mãe
Natureza.
Para além das construções
sepulcrais de que hoje temos vestígios, o homem também ergueu, através dos
tempos, monumentos e edifícios cada vez mais complexos, onde se realizavam as
cerimónias dos variados cultos religiosos. A exemplo disso temos os
cromeleques, os menires, as antas… Vulgarmente situavam-se longe das
aglomerações humanas. Pelos vestígios neles encontrados considera-se que estes
monumentos sagrados foram erigidos em locais revestidos de um profundo
simbolismo religioso.
É difícil sabermos ao certo a
utilidade ou funcionalidade dos mesmos. No século passado alguns investigadores
alvitraram a hipótese de estes locais sagrados apresentarem traços comuns
identificados por uma rede de pontos especiais que se uniam por linhas rectas.
Curiosamente, a maioria destas linhas passa por lugares onde se situam menires
ou cromeleques. Em alguns casos, eram erguidos sobre correntes de água, rios,
subterrâneos. Daqui se depreende que, supostamente, estes templos megalíticos
possuíam, quanto à sua localização, uma função energético-ritual e, muito
seguramente, exerciam sobre o homem determinados estados de consciência. Hoje,
em muitos lugares, inclusivamente em Portugal, mantêm-se crenças que relacionam
determinados menires ou penedos com a fertilidade de mulheres, curas
milagrosas, etc.
In Eduardo Amarante,
“Templários”, Vol 1