O GÉNIO E A ACÇÃO POLÍTICA DE EL-REI D. DINIS
D. Dinis, fundador da Universidade de Lisboa – transferida pouco depois para Coimbra –, amigo e protector dos templários, de que conhecia a virtude, a coragem e a utilidade, passou-os a todos, após a extinção da Ordem do Templo, para a Ordem de Cristo.
A acção política do rei D. Dinis:
Em Portugal, D. Dinis (1261-1325) decidiu garantir a permanência da Ordem do Templo em terras portuguesas. Foi durante o seu reinado, particularmente em 1288, que a Ordem Templária em Portugal ficou liberta da jurisdição exterior, o que, desde logo, permitiu uma maior colaboração entre os templários e o Rei Lavrador. A força espiritual da Ordem, o seu idealismo cavaleiresco e o seu espírito de luta e sacrifício manifestaram-se por diversas vezes no apoio leal ao rei de Portugal, que nunca deixou de lhes mostrar o seu apreço e gratidão, como no caso da reedificação de Nisa, vila templária no Alentejo.
Filho de D. Afonso III e de D. Beatriz de Castela, D. Dinis foi aclamado rei em Lisboa (1279), tendo um longo reinado de 44 anos, marcado por quatro vectores principais de acção:
• Desenvolvimento inteligente da agricultura (daí o seu cognome de “O Lavrador”);
• Protecção e fomento da cultura (daí o seu outro cognome de “Poeta”);
• Extraordinária habilidade política na condução dos destinos da Nação e no apoio incondicional aos cavaleiros templários perseguidos em França e em várias outras partes da Europa;
• Plantação do pinhal de Leiria, que veio a ser importantíssima para a construção da frota naval que tornou possível a empresa das Descobertas marítimas, plano esse que vinha sendo preparado pela Ordem do Templo há já algum tempo.
D. Dinis, pelas suas ligações às ordens monástico-militares devidas não só a aspectos políticos, mas, sobretudo, às suas profundas inclinações espirituais, apoiou os cavaleiros portugueses da Ordem de Sant’Iago, quando se separaram do seu mestre castelhano, e salvou a Ordem dos Templários em Portugal, dando-lhe, sob outro nome, o de Ordem de Cristo, uma nova existência.
Em 1297, pelo Tratado de Alcanices, D. Dinis, o Lavrador, concluiu a linha final, a norte, das fronteiras do reino.
Estas providências tiveram repercussões extraordinárias no futuro do país, pois foram decisivas para a política dos Descobrimentos Portugueses, a qual exigia um enorme esforço financeiro. Na verdade, D. Dinis, amigo e protector dos templários e fundador da Ordem de Cristo, foi o verdadeiro precursor dos descobrimentos marítimos.
in "TEMPLÁRIOS, Vol. 3 - A Perseguição e a Política de Sigilo de Portugal: a Missão Marítima", Eduardo Amarante