TOMAR, SIGNO DO PASSADO, SEMENTE DO FUTURO


Tomar veio a ser o centro de um dos principais condados do reino visigótico-lusitano. No tempo dos romanos, a cidade, na margem do rio Nabão, foi um importante porto fluvial de Nabância. Os visigodos instalaram-se um pouco mais a norte e fundaram Teodomar. 

No século VI, em particular no ano 537, a rainha Sancha dos visigodos mandou vir de Itália doze monges que fundaram o primeiro convento em Tomar, onde terá vivido S. Bento, fundador da Ordem dos Beneditinos. 

O século VII foi, na Lusitânia, um período de fundação e fixação comunitária, com o surgimento de vastos núcleos conventuais. E esta realidade é bem patente no facto de, aquando da Reconquista, os conventos e mosteiros abertos pelas ordens religiosas não serem, de facto, fundações propriamente ditas, mas quase sempre refundações. Tomar, por exemplo, teve mosteiro desde o século VII, ligado à cenobita Santa Iria. 

Na verdade, em Tomar como em outros locais, o lugar de culto principal estava sob os auspícios da divindade terrestre, a Virgem Negra, representação visível da força telúrica . Seria ela a guardiã dos segredos que de futuro lhe iriam ser confiados.

in "TEMPLÁRIOS, Vol. 2 - A Génese de Portugal no plano Peninsular e Europeu", Eduardo Amarante