SANTUÁRIO RUPESTRE DE PANÓIAS




Pela sua importância simbólico-iniciática, não podemos deixar de referir o santuário de Panóias, que está situado próximo de Vila Real de Trás-os-Montes. No passado remoto (nomeadamente no tempo do imperador romano Constantino) foi parte integrante da província da Galiza.
Neste lugar sagrado faziam-se rituais e, se bem que as cerimónias aí praticadas ascendessem, em parte, aos tempos proto e mesmo pré-históricos, apenas resta hoje uma única inscrição com características pré-romanas. Os cultos estavam dedicados especialmente ao deus Serápis. Numa das fragas deste santuário lusitano-romano existe uma inscrição em grego que foi interpretada por J. Leite de Vasconcelos conforme segue:

“Ao Altíssimo (Deus) Serápis, por favor da sorte e dos mistérios (em que está iniciado), G. C. Calpurnio Rufino, atendido como foi, no voto que fizera (dedica este monumento)”.

Todavia, Alain Tranoy traduz esta mesma inscrição do seguinte modo:

“Ao Altíssimo Serápis, com o destino e os mistérios, G. C. Calpurnius Rufinus, claríssimo”.

Uma outra inscrição encontrada no mesmo santuário é traduzida por J. Leite de Vasconcelos da seguinte forma:

“G. C. Calpurnio Rufino consagrou este templo aos deuses e às deusas e a todos os numes em geral [divindades da natureza no panteísmo (*)], e também aos das Lapiteas, num tanque perpétuo (ou indestrutível), onde as vítimas se queimam segundo o voto”.

Para além da inscrição dedicada a Serápis, há ainda em Panóias outras igualmente de carácter sagrado, pelo que o lugar era indiscutivelmente um santuário, um Serapeum, ainda que aí se venerassem outras divindades. Serápis recebia, não raras com outros deuses, a veneração dos fiéis num mesmo recinto sagrado. Em tais casos, as inscrições tratam estas outras divindades por “os deuses adorados no mesmo templo”.
No Santuário de Panóias também existem algumas fragas em cuja superfície foram feitas amplas cavidades rectangulares (nas quais cabe perfeitamente um homem), com encaixe, o que nos leva a crer que outrora tivessem tampas.
De acordo com a tradição antiga, estas cavidades serviriam como ritos de passagem para estádios de consciência superior, função similar à que se fazia nos Mistérios de Iniciação no Egipto. Este conjunto de cavidades encontra-se num vasto penedo, a cujo cimo nos conduz uma escada de nove degraus talhados na própria rocha. Essas cavidades, em número de cinco, têm todas a forma rectangular.
De acordo com J. Leite de Vasconcelos, o templo de Panóias era um Serapeum e aí se celebravam mistérios, segundo os ritos greco-egípcios. Por tudo isto podemos afirmar que, nesse lugar existiu, numa época remota, um “Serapeum Pantheum”, tal como, aliás, também houve em Beja, onde era usual o termo “Serapis Pantheus”, empregando-se o epíteto “Pantheus” para designar uma divindade que possuía as qualidades de outras e, em alguns casos, de todas as conhecidas.”

(*) O panteísmo é uma doutrina que defende a tese de que Deus e o Mundo são um único Ser sem qualquer distinção ou separatividade. A um nível místico, procura encontrar a presença de Deus em todas as coisas.

in Eduardo Amarante, “Portugal Simbólico – Origens Sagradas dos Lusitanos”.

CULTO E SIMBOLISMO DAS ÁRVORES




“Ao carvalho, tido como sagrado na Lusitânia e entre os druidas, era-lhe atribuída a virtude de curar a sarna e outras doenças e, para tal, havia que esfregar o corpo contra o córtice desta árvore extremamente
 magnética. O carvalho é, ainda hoje, em algumas localidades, alvo de veneração e respeito. Esta era a árvore sagrada dos celtas, que se reuniam debaixo dela em ocasiões muito especiais, num estado de pureza interior. Na sua presença faziam-se os juramentos importantes, aqueles juramentos que não podiam ser violados.
À oliveira também se atribuíam virtudes curativas, principalmente às que estavam plantadas nos adros das igrejas (em tempos cristãos) e dos templos (em tempos pagãos). O culto a Nossa Senhora da Oliveira reflecte a sacralidade desta árvore. Outro exemplo de árvore venerada é a azinheira que era, por excelência, a árvore sagrada dos gregos (na Odisseia encontramos uma passagem interessante sobre o relacionamento do herói Ulisses com esta árvore sagrada), se bem que na actualidade o lugar de Fátima lhe esteja intimamente ligado.
A tradicional árvore de Natal não falta nos nossos lares durante essa quadra festiva, para enfeitar,dar beleza, cor e um pouco de magia ao nosso imaginário e à nossa fé. No entanto, essa árvore provém dos países nórdicos e é, efectivamente, uma réplica da árvore Yggdrasil, a árvore do universo. Esta árvore representa a criação do universo, e as bolas decorativas que nela colocamos representam as esferas celestes. No topo da árvore Yggdrasil havia um galo de ouro. Poderíamos perguntar por que é que em grande parte das nossas igrejas antigas, no campanário, está um galo de bronze. Também poderíamos relacioná-lo com a chamada “missa do galo”, celebrada à meia-noite do dia de Natal. Mas, o que é que faz o galo? Simbolicamente, o galo anuncia o despertar da vida, é aquele que precede e anuncia o Sol. Por analogia, o facto de o galo cantar do alto do campanário da igreja simboliza o apelo para a vida espiritual. A missa do galo anuncia o nascimento da Luz (Jesus Cristo) em pleno solstício de Inverno. É um canto de vitória da luz sobre as trevas e, ao mesmo tempo, recorda-nos que, mesmo nas noites mais escuras e frias das nossas vidas – nos momentos das grandes tormentas psíquicas –, o bem triunfa sempre sobre o mal.
No nosso território ainda perdura o culto às árvores como a oliveira e o carvalho que se crê possuírem virtudes curativas, tal como se atesta em algumas canções do folclore minhoto.” – Eduardo Amarante

DÓLMENS, MONUMENTOS DE CULTO AOS MORTOS?



"Houve autores (como foi o caso, por exemplo, de Fernand Niel) que defenderam a ideia de que os dólmens tinham um objectivo meramente funerário, tendo em conta o grande número de restos humanos encontrados no interior de muitos deles. Porém, um dos traços mais desconcertantes destes monumentos é que, por vezes, os crânios pertencem a diferentes raças e épocas, o que indicia ter sido este um meio tardio, em relação à data da sua construção, de depositar os mortos sob um monumento sagrado ainda que se igno rasse a origem e finalidade da sua construção. Tudo isto parece pôr em evidência uma série de incoerências nas teorias clássicas sobre o megalitismo. Por outro lado, existem muitos outros dólmens que nunca contiveram restos humanos. Inclusivamente, é no mínimo estranho que dólmens construídos sobre leitos de rios ou fontes servissem de necrópoles. Ora, assim sendo, cabe-nos perguntar se não estaremos perante sinalizadores de enclaves mágicos, como defendem alguns estudiosos. As investigações realizadas na Grã-Bretanha sobre as linhas Ley trouxeram à luz do dia o potencial energético e, inclusive, o poder curativo dos megálitos. Também houve quem estabelecesse um paralelismo lógico e racional entre os monumentos megalíticos e as catedrais góticas, pondo em relevo a incongruência que resultaria em defender que a única função das catedrais fosse sepulcral, pelo simples facto de nelas repousarem os restos de santos, bispos e nobres. Na verdade, todos sabemos que a função do grande templo gótico está muito para além da meramente funerária e constitui o paradigma de uma determinada concepção do mundo e das coisas e, inclusivamente, do mundo invisível. Por que não pensar o mesmo em relação aos monumentos megalíticos? Aliás, uma catedral gótica evidencia uma ordem moral e social estabelecida, um conceito do homem configurado em função da sua vida espiritual. Em face desta interpretação, questionamo-nos sobre o que os megálitos queriam exactamente simbolizar: uma concepção humana do mundo em relação com a divindade?
Sob os dólmens não só se encontram restos humanos como também utensílios de várias épocas, tais como cerâmicas, moedas e até mesmo estatuetas romanas... Ora, esta situação demonstra-nos que houve povos que reutilizaram esses dólmens como necrópoles, ignorando de todo o verdadeiro fim para que tinham sido construídos milénios antes.
O uso funerário de inúmeros dólmens não significa que essa fosse a sua única função. Em muitos deles tratou-se de uma reutilização, por uma cultura posterior, para um fim bem diferente do inicial. Noutros, não era senão uma função entre outras, do mesmo modo que a presença de túmulos nas catedrais ou nas igrejas não passa de um uso secundário no quadro do seu papel sagrado e energético.
Quando estudamos as suas formas de construção apercebemo-nos de que eram algo bem mais importante do que simples monumentos funerários. E isto porque os lugares onde foram construídos não foram escolhidos casualmente, mas, pelo contrário, eram lugares percorridos por correntes telúricas em estado puro. Em alguns casos, no cimo do tumulus ou mamoa ergue-se um menir como que assinalando-o.” – Eduardo Amarante

DÓLMENS E MENIRES, ENERGIAS COMPLEMENTARES


“O conhecimento energético dos antigos e a sua utilização nas construções megalíticas revelam-nos que os dólmens e os menires tinham funções diferentes. Enquanto que o menir funciona como uma anten
a emissora, masculina, no centro de uma zona de forte concentração de redes e correntes de água, o dólmen, pelo contrário, pela sua natureza feminina e receptiva, acha-se numa zona neutra.
Pela sua própria forma, o dólmen era e continua a ser a representação da matriz ou útero. Ao contrário do menir, ele carrega-se da energia feminina do cosmos, concentrando a polaridade negativa sob a laje de cobertura, e enviando para o exterior a positiva.
A maior parte dos menires é atravessada por uma única corrente de água. Mas quando acontece um menir ser erigido sobre uma dupla corrente, a sua potência energética é de tal ordem que chega a afectar uma região inteira. Assim, o local onde o menir foi, originariamente, erguido, corresponde sempre a um ponto de encontro máximo das energias da Terra. Ora, quando um menir é colocado sobre um tal ponto, comporta-se como uma antena, como uma agulha de acupunctura da Terra.
Se o menir estiver colocado no local correcto, ele atrai a si as redes. A rede Hartmann reduzir-se-á significativamente, com as malhas a ficarem cada vez mais estreitas até se concentrarem num cruzamento sob a pedra. É então que surge uma rede telúrica circular de onde partem duas espirais de energia.
Em geral, dólmens e menires estavam ligados por um processo complementar, que lhes permitia regular, num mesmo local, a energia do lugar e transformá-la, segundo o estado de consciência daquele que era capaz de activá-los.
Em conclusão, para os nossos antepassados, o mundo era um conjunto coerente, em que o Céu e a Terra se interligavam.” - Eduardo Amarante

PORTUGAL E O QUINTO IMPÉRIO



A história de Portugal não se inicia com a dinastia de Borgonha, mas, antes, nas suas raízes profundas e longínquas. Quando surgiu D. Afonso Henriques, a gestação de Portugal vinha já de muito longe e despontou no sangue dos descendentes heróicos dos lusitanos ciosos da sua identidade e independência.
O Estado autónomo que sucedeu à Reconquista cristã estava em germe desde a antiga Lusitânia. Portugal nasceu tanto pela vontade de D. Afonso Henriques e dos barões portucalenses, como pela visão política de S. Bernardo e pela acção militar dos cavaleiros templários, sem esquecer as “obscuras cristandades moçárabes em que o génio da raça se perpetuou iluminadamente”, com uma missão civilizadora e universalista.

O QUINTO IMPÉRIO
Um dos aspectos da perduração da independência de Portugal é um certo sentimento de isolamento. O nosso país tem sido, ao longo dos tempos, como que uma ilha rodeada, de um lado por Castela, que sempre funcionou como uma espécie de deserto isolador, e do outro pelo Atlântico. Desta forma, o português, experimentando como que um sentimento de ilhéu, tem oscilado entre a aventura no exterior e a passividade cá dentro. Por vezes também vive a aventura pela imaginação.
Não há dúvida de que o português foi talhado para as grandes causas e o gene luso encontra a sua expressão mais autêntica na aventura de carácter universalista que se estende muito para além das fronteiras da Europa. O torrão lusitano atrofia-o e a Europa é demasiado pequena para ele. Por isso, é grande nas grandes descobertas e, nos tempos actuais, estas traduzem-se no conceito de Quinto Império, que é a terceira parte da missão iniciada pelos templários e que ainda falta cumprir. Este Quinto Império significa, antes de mais, a prevalência:
·       Do Espírito sobre a Matéria;
·       Da individualidade consciente sobre a massificação;
·       Da identidade própria sobre a globalização;
·       Do respeito sobre a anarquia;
·       Da liberdade de expressão e de pensamento sobre a intolerância redutora.

No poema Infante, Fernando Pessoa escreve:
“... Deus quis que a Terra fosse uma / que o mar unisse já não separasse…”

O homem português, respondendo a um impulso missionário e a um cíclico e imperioso apelo da História, lançou-se no empreendimento marítimo como súbdito do Quinto Império.
Os historiadores e intelectuais do século XVII, como o padre António Vieira, acharam o fundamento da independência de Portugal na palavra de Deus e o mito do Quinto Império na sua projecção futura.

O Quinto Império tem uma única finalidade: o ideal da união fraterna e espiritual entre todos os homens da Terra, independentemente da raça e do credo, para a construção de um mundo novo e melhor.
Ser Português é um estado de alma atávico, impregnado profundamente no inconsciente colectivo. Não, não é para quem quer; é para quem ama e se identifica com Portugal, a sua terra, a sua energia telúrica, as suas raízes, as suas tradições e a sua história. Não é para todos os que nascem em Portugal!

In Eduardo Amarante, “Templários”, vol. 3

RAINHA SANTA ISABEL, D. DINIS E O CULTO DO DIVINO ESPÍRITO SANTO


D. Dinis foi, nas palavras de Fernando Pessoa, “o plantador das naus a haver” e o murmúrio dos seus pinhais de Leiria é o som presente “d'esse mar futuro / é a voz da terra an
siando pelo mar.”
Com efeito, a obra de D. Dinis fundamentava-se no plano escatológico do culto do Espírito Santo e no plano iniciático da Ordem de Cristo, herdeira dos templários, levado a cabo por elites seleccionadas, convictas da sua missão e juramentadas. Escreve António Quadros:
“Estes dois planos eram complementares e inseparáveis, porque os templários já antes juravam sobre o Evangelho de S. João, que é o evangelho onde se fundamenta teologicamente o culto do Espírito Santo.”

As cerimónias rituais e simbólicas da coroação do Imperador do Espírito Santo, introduzidas por D. Dinis e Santa Isabel, inspiravam-se nas antigas tradições templária e cisterciense.
A partir de D. Dinis, o Espírito Santo tornou-se uma das principais devoções da Casa Real. Desse modo, a Festa do Império passou a realizar-se em todas as povoações da Rainha Santa , como Alenquer, Torres Novas, Leiria, Porto de Mós, Óbidos ou Sintra, estendendo-se a todo o continente e pela “África portuguesa, a Índia e principalmente os Arquipélagos da Madeira e dos Açores, donde passou mais tarde, e em grande parte por obra dos açorianos, ao Brasil e à América. Por outras palavras: o auge do culto do Espírito Santo coincide no país com o período mais intenso da expressão portuguesa no planeta.”
Segundo Jaime Cortesão, a coroação do imperador tinha, no inconsciente colectivo do povo português, um significado profundo:
“A investidura simbólica da nação pelo Espírito Santo, espécie de Pentecostes nacional, na missão de propagar a fé a todo o mundo.”

In Eduardo Amarante, “Templários”, vol. 3

LUGARES MÁGICOS – LUGARES TEMPLÁRIOS EM PORTUGAL


“A Ordem do Templo, desde a sua fundação, teve como projecto estabelecer-se em Lugares específicos da Península Ibérica. Nas suas intervenções junto dos reis solicitavam e, não raras vezes, o
btinham, possessões territoriais em locais particularmente escolhidos, quando esses mesmos territórios ainda não haviam sido conquistados aos muçulmanos. A escolha desta milícia cristã não se baseava em fins estratégicos nem tão pouco em interesses económicos. Mas se assim é, por que razão é que pediram, em muitos casos, terras que estavam ainda na posse do Islão? Talvez a resposta esteja no facto de eles se terem expandido precisamente por toda a área da cultura megalítica que, na altura, abrangia uma parte significativa das terras sob domínio muçulmano.
A tradição popular atribuiu a construção de muitos destes monumentos megalíticos a anões ou a gigantes, chamando-lhes “Casas de Fadas”, “Covas de Mouros”, etc., e concedendo-lhes, em muitos casos, virtudes curativas. Essas tradições ocasionaram a que muitos desses monumentos fossem no decorrer dos tempos profanados pelo povo.
Esses lugares deveriam conter algo que atraía muito particularmente a atenção dos templários.
Com a gradual decadência da Ordem de Cluny, seguiu-se a reforma de Cister, sendo S. Bernardo o principal promotor dessa reforma. Os cistercienses e os seus filhos espirituais, a Ordem do Templo, procuraram muitos dos seus conhecimentos mais internos e profundos em crenças religiosas e filosóficas bem anteriores ao cristianismo.
A sua discrição deveu-se a que essas mesmas crenças eram consideradas heresias pelo poder eclesiástico. Graças a essa busca, de cariz espiritual, os beneditinos conseguiram reunir e preservar para o futuro em Monte Cassino, Itália, textos de Platão, de Pitágoras, Aristóteles e dos neoplatónicos de Alexandria. Como resultado dessa busca, durante a evangelização das Gálias pelo beneditino celta S. Columbano conservaram-se e reutilizaram-se mesmo os lugares mágicos dos druidas (que também já os tinham reutilizado). Assim, não é de espantar que, de igual modo, na Península Ibérica, quer os templários quer os monges beneditinos se tivessem fixado precisamente naqueles lugares onde ainda se mantinha a vivência de crenças ancestrais e de cultos esquecidos.
Esses lugares não eram comarcas escolhidas ao acaso, mas sim pontos-chave onde se conservava a recordação, quando não mesmo a presença oculta de cultos remotos, sob a forma de indícios ou de símbolos inegavelmente anteriores à entrada na Península dos povos invasores da proto-história.” – Eduardo Amarante

A REDE HARTMANN OU REDE GEOMAGNÉTICA DA TERRA


“O impulso mais notável infundido à geobiologia foi dado pelo Dr. Ernst Hartmann, médico da universidade alemã de Heidelberg, que descobriu em 1961, após dez anos de intenso trabalho, a existênc
ia de uma gigantesca rede geomagnética presente em todos os continentes e constituída por cruzamentos de radiações telúricas, rede essa conhecida pelo nome de rede global ou rede Hartmann. Detectou uma rede geomagnética formada por uma malha cujas linhas axiais correm na direcção Norte-Sul e Este-Oeste.
As linhas Norte-Sul distam entre si cerca de 2,5 m e as linhas Este-Oeste distam cerca de 2 m. Estas linhas têm uma largura média de 21 cm. Nas intersecções destas “linhas Hartmann” formam-se “nós” de energia telúrica que podem converter-se em pontos particularmente patogénicos se entrarem em ressonância com correntes de água, falhas geológicas ou linhas de alta tensão.
Sendo a Terra um organismo vivo, estas linhas de rede não são estáveis e têm tendência a se deformarem. Com efeito, não só a rede é susceptível de se deformar, como não se estende pela Terra de uma maneira uniforme. Por outro lado, a rede movimenta-se sob a influência dos planetas ou da Lua.
A utilização das redes telúricas era bem conhecida pelos antigos, não só para a construção de casas, mas, sobretudo, para a edificação de templos ou igrejas que, quase sempre, eram nos mesmos lugares onde, em épocas pré-históricas, os homens haviam erigido os seus dólmens, menires e recintos sagrados. A ciência actual, com os seus aparelhos electrónicos ultra-sofisticados e os seus aceleradores de partículas, tem proclamado, de cada vez que descobre uma nova partícula acompanhada da sua onda característica, que tudo vibra, dando assim razão à sabedoria antiga que afirmava:
“No Universo, nada é estático, tudo vibra”.
Hoje sabe-se que a matéria é energia condensada e que a energia é o conjunto de todas as vibrações particulares do Universo.” – Eduardo Amarante

O MITO DO 5º IMPÉRIO NA EPOPEIA MARÍTIMA



A grande epopeia marítima foi realizada por homens altamente preparados do ponto de vista moral e espiritual. A missão de que estavam incumbidos não era conquistar o mundo, mas antes levar a sabedori
a antiga, os valores de ordem espiritual, a união e a concórdia a todo o planeta. A sua missão foi acima de tudo um ensaio, para as gerações futuras, daquilo que podia e devia ser feito quando chegasse a hora de unir e não mais separar. Na realidade, o projecto templário foi vanguardista para a época, demasiadamente atrasada para empreender e compreender tal empresa espiritual, inclusive a própria Igreja, mergulhada que estava em aumentar e solidificar o seu poder temporal. Digo vanguardista, pois, na altura, eram pouquíssimos os que compreenderam o alcance desse projecto universal (o império espiritual: o 5° Império (?)). Tal como hoje, na época os interesses materiais suplantaram o propósito de cumprir a missão universalista. Era impossível concluir a missão naquela altura, pois as mentes trôpegas e ignorantes…
Nem a Revolução Francesa, nem a chegada do homem à Lua, nem a União Europeia tiveram o alcance e a aspiração sublime da epopeia portuguesa, inspirada inicialmente pela Ordem do Templo e, mais tarde, concretizada pela Ordem de Cristo.

In Eduardo Amarante, “Templários”, vol. 3

A ATLÂNTIDA, O MITO DE ADÃO E EVA E OS MONUMENTOS MEGALÍTICOS



“Se existiu em tempos remotos uma grandiosa civilização desaparecida por um grande cataclismo, a Atlante, pode perguntar-se qual foi a origem de toda essa ciência que floresceu há milhares de anos a.C.? Se, de facto, existiu, e vários testemunhos clássicos apontam para isso, não há dúvida de que essa civilização foi concebida por homens superiores, os magos da Atlântida desaparecidos nas águas do Atlântico, cujos sobreviventes (homens do mar) dispersaram-se pelo mundo, instalando-se, sobretudo, nas zonas mais afastadas e altas da Terra, onde instruíram os outros sobreviventes.
Esses homens foram chamados Gigantes em todas as mitologias e eram de raça vermelha como os himaritas fenícios. No mito bíblico, e de acordo com o abade Moreux, Adão foi expulso do Paraíso devido a ter comido a maçã do Conhecimento, partindo com a sua ciência, que transmitiu aos seus descendentes, mas que, geração após geração, foi diminuindo até desaparecer. Numa das suas chaves interpretativas, o mito da expulsão de Adão do Paraíso traduz a história dos sobreviventes do cataclismo da Atlântida que, tendo perdido os seus meios, se viram obrigados a subsistir na natureza em convulsão e selvagem, tendo, parte dos seus descendentes, passado gradualmente à mediocridade. Não obstante, uma parcela desse conhecimento foi transmitida e conservada, não apenas nas pirâmides do Egipto, mas também, entre outros, nesses monumentos megalíticos que são os dólmens e os menires... Na verdade, grande parte do que nos chegou dessa ciência está escrito na pedra e nas proporções desses monumentos, sendo os seus construtores os veículos desse saber perdido. Esse saber foi transmitido desde os tumuli (termo plural de tumulus) e as pirâmides até às catedrais góticas, o que nos leva a admitir que são os construtores que estão na base dessa transmissão e, assim sendo, as fraternidades de mestres-canteiros da Idade Média são, em certa medida, as continuadoras da ciência aplicada pelos construtores dolménicos.” – Eduardo Amarante

SÍMBOLO E SIGNIFICADO DA GRANDE PIRÂMIDE

“A pirâmide é o símbolo da síntese. Todos os pontos partem das arestas ou dos lados e convergem para um ponto único, situado na cúspide. A pirâmide é construída sobre uma base quadrada (o quadrado, símbolo da Terra) que simboliza a matéria, a forma. A elevação de cada um dos lados por acção de um único ponto central, é ternária e simboliza a ideia, a dimensão espiritual. O conjunto da pirâmide é formado por 4 (a base e os quatro triângulos das faces), e 3, isto é, os lados triangulares, o que perfaz o número 7, símbolo da plena realização humana.
As pirâmides são monumentos revestidos de um significado simbólico, ligado à morte ou à iniciação, às origens e ao conhecimento.

A Grande Pirâmide, ou pirâmide atribuída a Quéops, foi alvo de estudos científicos ou filosóficos iniciados, em 1865, por Piazzi-Smith, segundo o qual “cada uma das características principais ou essenciais [da pirâmide de Quéops] tem um significado simbólico muito nítido e muito preciso, sempre intimamente relacionado com alguma grande verdade matemática, física ou astronómica” (Our Inheritance in the Great Pyramid). Em relação às medidas desta grande pirâmide, os relatórios estabelecem a existência de conhecimentos superiores por parte dos egípcios (a nível concreto e espiritual) em matéria de matemática, geodesia, astronomia, física e antropologia. A altura da pirâmide (146 m sem o piramidon) representa aproximadamente o milionésimo da distância da Terra ao Sol (149.597.870 km). O meridiano de “Quéops” (300) divide as terras emergidas do globo em duas partes iguais, atravessa também um número máximo de continentes e um número mínimo de oceanos, corta finalmente o Egipto em duas metades idênticas. A Pirâmide está exactamente orientada para os quatro pontos cardeais; ela contém o número π (pi) (3,1416), número de ouro. De acordo com a unidade de medida descoberta por Th. Moreux, a polegada piramidal é de 25,4264 mm e o seu derivado, o côvado sagrado, é de 0,635660 m; assim, o circuito de base é de 36.524 polegadas, que corresponde à duração exacta do ano solar (365,24 dias). O côvado representa o 10º milionésimo do raio polar da Terra (6.357,774 km), etc.” – Eduardo Amarante

A GEOBIOLOGIA E A REDE MAGNÉTICA DO PLANETA TERRA


“Para além da rede Hartmann existem as chamadas redes sagradas, redescobertas pelo belga Walter Kunnen, em 1986. Estas redes geomagnéticas terrestres, como o próprio afirma, já eram conhecidas pelos “sábios” de todas as grandes civilizações do passado.
Ao contrário da rede Hartmann, que é uma rede telúrica, a rede sagrada é uma rede solar, isto é, extrai toda a sua energia unicamente do Sol. Esta rede é chamada “rede sagrada” porque foi sistematicamente utiliza da na construção de todos os santuários antigos, que eram, por excelência, templos solares. Na verdade, existem duas redes sagradas, uma delas sendo sub-rede da outra. A primeira tem uma dimensão aproximadamente de 100 kms; a segunda desenha uma malha de 40 kms de lado. Por sua vez, cada uma destas redes subdivide-se em sub-redes.

A principal destas redes, que é, na realidade, o eixo do mundo, passa pela pirâmide de Quéops e é conhecida pelo nome de Maximus Maximi Maximorum. A segunda, menos intensa, passa sob o tripé da Pítia, no templo de Delfos. A realidade prática confirma que se encontram redes em todos os grandes santuários de todas as religiões, assim como nos mais importantes centros megalíticos. Essas energias, concentradas numa igreja ou sob um menir são a expressão das forças da Terra e do Céu, que se exprimem segundo um esquema universal. Os lugares fortemente afectados no plano geomagnético permitem uma ressonância particular com a energia cósmica que o homem, por intermédio de antenas de pedra, sejam elas um menir ou mesmo um campanário, irá captar, associando-a a um esquema complementar à energia telúrica, criando assim uma entidade vibratória que restabelecerá o equilíbrio.
Na realidade, o equilíbrio do homem passa pela captação das energias telúricas e energias cósmicas, estabilizando as duas no seu centro. Não é o homem um microcosmos, reflexo na terra do macrocosmos? Como micro-universo, tem o seu próprio centro, e quem o encontra torna-se estável, numa relação de harmonia entre o Céu e a Terra.” – Eduardo Amarante

TEMPLOS, CATALISADORES DE ENERGIA – DE SANTIAGO DE COMPOSTELA A TOMAR


A propósito deste tema A. P. Sinnett escreveu:
“Existem vastas correntes etéreas a varrerem constantemente a superfície da terra de pólo a pólo, num volume que torna o s
eu poder tão irresistível como a maré a subir, e existem métodos através dos quais esta força assombrosa poderá ser utilizada com segurança, embora tentativas inábeis para a controlar se revistam de perigo assustador.”


Por outro lado, Paul Bouchet, no seu livro 'Os Druidas', declara que a Europa está coberta por um vasto sistema de linhas de energia. Vai mais longe a ponto de afirmar que este sistema de linhas de energia tem a sua origem no monte Pamir (por sinal uma das montanhas sagradas dos arianos), estendendo-se até Teerão, onde se divide. Uma das bifurcações vai para a Rússia ocidental, enquanto que a outra segue em direcção a Jerusalém, onde volta a dividir-se. Uma das novas linhas continua até às Pirâmides, indo depois para África, enquanto a outra penetra na Europa através de Chipre, Rodes e Santorini. Montanhas sagradas europeias e santuários de peregrinação, como Santiago de Compostela, na Galiza, estão todos ligados a este sistema de energia com origem no monte Pamir.

A título de curiosidade, é importante lembrar que Portugal também possui uma linha energética recta, que vai de Santiago de Compostela a Tomar. Daí que as peregrinações ao local de culto de Santiago de Compostela já se fizessem na antiguidade, muito antes de ter surgido o cristianismo. A actual catedral foi erigida por cima de templos druídicos e romanos.

Assim, não constitui surpresa verificarmos que ao longo da história encontramos o fenómeno de apropriação de lugares sagrados ou mágicos e que, quando uma religião nova chega pela primeira vez a um território, tenha a tendência de substituir a fé anterior, tomando para si os antigos locais sagrados, os santuários. Esta tem sido a fórmula encontrada para o sucesso da nova religião que, assim, não rechaça de forma brusca a antiga crença, antes aceitando os antigos locais de culto para uso próprio.

A cristianização é o caso mais concreto da forma como eram transformados os antigos templos de culto, de cariz pagão, em templos de tradição religiosa cristã, bastando para o efeito colocar uma imagem ou uma cruz em cima do monumento, sendo este muitas vezes um megálito, sobretudo em Portugal e na costa atlântica europeia.

In Eduardo Amarante, “Templários”, vol. 1

TOMAR E O CULTO DA VIRGEM NEGRA


Em Tomar, o lugar de culto principal estava sob os auspícios da divindade terrestre, a Virgem Negra, representação visível da força telúrica. Seria ela a guardiã dos segredos que de futuro lhe iriam ser confiados. Assim, o primeiro santuário visigótico ergueu-se no local anteriormente consagrado por cultos mais antigos. Esse primeiro templo ficou conhecido como Santa Maria do Olival. Mais tarde, foi anexado por um convento beneditino. Não distante de Santa Maria do Olival situava-se o domínio senhorial do nobre Gastinaldo. Veio-se a descobrir há alguns anos um subterrâneo que ligava a casa senhorial ao Convento de Santa Iria, passando por Santa Maria do Olival. Nas pedras laterais do subterrâneo acham-se símbolos visigóticos.


in Eduardo Amarante, "Templários", Vol. 2

OS TEMPLÁRIOS NA FUNDAÇÃO DE PORTUGAL


"A fundação de Portugal deveu-se muito à Ordem do Templo e, sobretudo, a S. Bernardo, seu mentor que, situado em terras de Claraval, não deixava de orientar política e espiritualmente os templários, que lutavam pela fé cristã. Desse modo, Portugal, emergindo como nação, tornou-se um objectivo primordial no quadro de uma nova Europa que pretendiam construir – longe das querelas que a minavam por dentro –, com gente valorosa que pudesse servir os intentos do monge cisterciense." - Eduardo Amarante

OS TEMPLÁRIOS, AS ENERGIAS TELÚRICAS E A PEDRA DO GRAAL


“Os templários possuíam o conhecimento de determinados lugares sagrados, como pontos de acesso às energias telúricas, presumivelmente herdados dos chamados mestres secretos ou Homens Sábios do Mundo, que seriam um grupo de discípulos de Cristo, os carpocracianos, a quem Ele ensinara o domínio de um poder misterioso retirado da Terra. O interesse dos templários, por exemplo, por Chartres trouxe à luz do dia os mistérios das correntes telúricas, linhas de força que percorrem a Terra em várias direcções e cujas influências, quando bem canalizadas, são propícias ao desenvolvimento espiritual do homem. Esta força, já conhecida há milénios, recebeu muitas designações ao longo dos séculos: energia vital, para os chineses; prana, para os hindus; e mana para os polinésios que acreditavam ter sido utilizada para erigir as estátuas da Ilha da Páscoa. Mantida secreta na Idade Média por ordens como a dos templários e a dos cavaleiros teutónicos, a força foi, mais tarde, publicamente revelada por alquimistas como Paracelso e Van Helmont, que a designaram por munis e magnale magnum, respectivamente.


Se as linhas são portadoras de energias misteriosas (sobre as quais desconhecemos a sua utilidade, poder e funcionalidade), então o desequilíbrio de tal sistema só poderia ser rectificado através da sua reactivação por meio de uma pedra sagrada, que seria colocada na montanha sagrada do local. Os poderes desta pedra (também chamada Pedra Filosofal ou Pedra do Graal) eram importantes para o controlo das energias da Terra e, se alguma vez se revelasse o segredo a alguém de má fé, este utilizaria incorrectamente e para o mal tal energia. Daí que, ao longo dos séculos, estas ideias tivessem sido guardadas por “iniciados” (os que possuem o verdadeiro conhecimento e agem em conformidade), que as transmitiam, de geração em geração, apenas àqueles que jamais as divulgariam. Sabemos que o uso indevido de correntes de pensamento hostis, através deste sistema de linhas, trazia consigo consequências terríveis.”

In Eduardo Amarante, “Templários”, vol. 1

A VIRGEM NEGRA DE GUADALUPE



“O culto das Virgens Negras está associado às energias telúricas que serpenteiam a Terra e aos pontos onde se cruzam as energias cósmicas com as energias telúricas, bem como às forças da natureza e a locais específicos de onde estas emanavam, em especial grutas e cavernas.
Diz-se que o culto à Virgem Negra de Guadalupe, na Raposeira, terá tido o seu início após a batalha do Salado, no séc. XIV. Contudo, pensamos que o culto é muito anterior a essa data, por várias razões, uma das quais é a lenda ou história velada que afirma que um grupo de monges-guerreiros templários, aquando da fuga de França em 1307, durante as perseguições à Ordem do Templo levadas a cabo por Filipe IV, o Belo, transportaram consigo o tesouro de conhecimentos esotéricos da Ordem do Templo, constituindo o seu destino final um segredo bem preservado. Como se sabe, a Ordem do Templo foi protegida em Portugal pelo Rei D. Dinis que a transformou em Ordem de Cristo, de que foi governador o Infante D. Henrique. Não terá sido, certamente, por acaso, que o Infante escolheu o lugar mágico da Raposeira como pouso durante as suas longas estadias de contemplação e estudo no Promontório Sagrado (Sagres).” – Eduardo Amarante

SINAIS SIMBÓLICOS NO CASTELO DE TOMAR E SUA CHAROLA


Tomar renasceu com a Ordem. Desde a época romana, passando pela muçulmana, aquele lugar tinha tido uma continuidade de ocupação que incluía estruturas militares defensivas. Correia de Cam
pos havia já detectado um troço de muralha datada da época muçulmana no castelo de Tomar.
Tomar, pela sua importância estratégica, não só para a Ordem do Templo, como também para a implantação e solidificação de um país, veio a tornar-se a 2ª província templária do mundo, logo a seguir a Gisors, em França.
Em Tomar, os cavaleiros templários edificaram um templo sobre planta circular, envolvendo um santuário octogonal. Essa charola abobadada era, como alguns templos cristãos do Oriente, inspirada na Mesquita de Omar, melhor dito, na Cúpula da Roca ou Templo do Senhor, em Jerusalém, onde a Ordem do Templo foi fundada. A charola é rica em elementos simbólicos que devem ser tomados em conta pelo estudioso da matéria. São eles os seguintes:
• À volta da charola abre-se toda urna geografia sagrada com sinais reveladores da mística e dos objectivos templários;
• o alinhamento da charola com um dos ângulos do castelo indica-nos a estrela Arcturo da constelação do Boieiro, que não é mais do que uma evidente analogia com o mito do rei Artur e a mítica espada Excalibur;
• A intrigante representação de S. Cristóvão, numa das paredes internas da charola, com cabeça de cão, à semelhança do deus egípcio Anubis, divindade de ligação entre duas dimensões, é equivalente ao deus lusitano Endovélico, Lug e Hermes;

Igualmente encontramos outros sinais simbólicos em outras áreas do castelo de Tomar:
• A presença das fases alquímicas e do mercúrio filosófico;
• O medalhão visível do Hermes Trismegisto que representa o mercúrio filosófico nas suas três fases;
• Uma mão insculpida com um dedo intencionalmente comprido como que a indicar-nos o caminho. Este sinal encontra-se num dos claustros do actual convento de Cristo;
• A presença de um desenho que representa um machado duplo idêntico aos que existiam em Creta, e aos machadinhos místicos dos essénios no tempo de Jesus;
• A charola constituía o centro, a partir do qual partia uma estrada de apoio ao caminho de Santiago, e outra para sul com o propósito de proteger militarmente as fundações beneditinas e cistercienses. Uma outra via, passando por Coimbra e Guarda, dirigia-se para Salamanca e Valladolid;
• Por fim, o enigmático navegador esculpido na famosa janela manuelina.

In Eduardo Amarante, "Templários", Vol. 2

O PAPEL DA MULHER ENTRE OS CELTAS E NA IDADE MÉDIA



Entre os celtas, as mulheres participavam nos conselhos onde se decidia a guerra ou a paz. Elas podiam desempenhar funções reais ou sacerdotais, e até mesmo comandar exércitos. A iniciação 
dos jovens guerreiros era muitas vezes assumida pelas mulheres. Os celtas só atribuíam a dignidade de chefe ao pai de família, desde que este fosse de uma classe social (por nobreza ou riqueza) igual ou superior à da esposa. Caso contrário era ela que exercia a autoridade.
Na época das cruzadas e das catedrais, as coisas não haviam mudado. A ideia da castelã que usava o cinto de castidade e aguardava pelo seu marido nas cruzadas, enquanto fiava, foi um facto que existiu, mas estava longe de ser um caso generalizado. Muitos cavaleiros e príncipes partiram para as cruzadas acompanhados de suas esposas e filhos. Quanto às damas que ficavam no país, elas administravam o feudo.
É um facto que durante a Idade Média muitos casamentos eram fabricados desde o berço. Contudo, quer se tratasse de rapaz ou rapariga, não havia discriminação sexual. Ambos podiam ser vítimas desse tipo de situação.
No tempo de Luís IX de França (1214-1270), o rei que exercia a justiça debaixo de um carvalho (como os celtas), há exemplos de mulheres que votavam como os homens nas assembleias urbanas ou rurais, exactamente como faziam os celtas da Gália antes da conquista romana.
Durante a Idade Média, o ensino das crianças era ministrado quer por religiosos quer por laicos, quer por homens quer por mulheres, e indistintamente às raparigas e aos rapazes nas mesmas escolas. Só a partir do século XVI é que apareceu a ideia segundo a qual as raparigas não tinham necessidade de saber ler nem escrever. Foi também no século XVI que reapareceu a escravatura, após ter sido abolida no século V.
In Eduardo Amarante, “Templários”, Vol. 3