“Esta festividade é celebrada cinquenta dias após a
Páscoa, na festa de Pentecostes.
O culto do divino Espírito Santo sob a forma de
Império é próprio do mundo lusíada, conservando a sua fidelidade às origens nos
Açores e no Brasil.
O Império do Espírito Santo representa simbolicamente
o advento da Terceira Idade do Mundo. Se a lei do Antigo Testamento foi
específica da Idade do Pai e a lei evangélica da do Filho, a futura lei do
Evangelho Eterno sê-lo-á da do Espírito Santo, marcada pela confraternização
universal. Cada um destes períodos históricos (Pai, Filho e Espírito Santo)
estaria na origem de diferentes formas religiosas, manifestadas sucessivamente
de Oriente para Ocidente.
As festividades em honra do divino Espírito Santo
caracterizaram-se pela rapidez da difusão do culto a todo o país. O seu apogeu
situou-se entre o século XIV e a primeira metade do século XVI, coincidindo
precisamente com o apogeu da expansão marítima, o que demonstra inequivocamente
que houve uma íntima relação entre ambas as realidades. Passado esse tempo
áureo, com a consequente decadência não só política e económica, mas
fundamentalmente moral e espiritual, a sobrevivência dos ideais que constituem
o fundamento desta devoção desenrolou-se por intermédio do messianismo do
Quinto Império.” – Eduardo Amarante