Nas épocas arcaicas do Egipto, que coincidiram
com a governação dos Reis-Divinos, antes do afundamento da Ilha de Poseidonis
(último resto da Atlântida) no oceano Atlântico, há 11.500 anos, a Terra de Khem (*) estava dividida em três zonas:
· A costeira ou do Delta, dedicada ao comércio com o mundo exterior;
· A de Mênfis e Tebas, região dos discípulos, onde tiveram lugar os
grandes cultos e as iniciações egípcias;
E a região superior da Núbia e Abissínia, habitada pelos grandes
Mestres Iniciados, onde se situava a Grande Loja Branca desde tempos anteriores
ao afundamento de Poseidonis (**).
Quando se provar oficialmente
que houve, de facto, um tão repentino
quão avassalador cataclismo geológico que destruiu a portentosa civilização da
Atlântida, admitir-se-á a probabilidade de catástrofes bruscas à escala
planetária. A História académica poderá, então, preencher as grandes lacunas ou
buracos negros que existem no
desenrolar da evolução humana.
Não podemos deixar de citar aqui as palavras
proferidas pelo egípcio Sonchis, sacerdote de Saís, ao legislador grego Sólon,
de quem descendia Platão pelo lado materno:
“Vós
tendes almas jovens; não tendes qualquer velha tradição, nenhuma crença ou
conhecimento consagrado pelo tempo, porque foram numerosas as destruições infligidas
à humanidade e sê-lo-ão ainda mais.”
Por seu lado, Eusébio de Cesareia (265-339),
autor da História da Igreja, refere
nos seus escritos que Manethon, sacerdote e historiador egípcio, guardião dos
arquivos sagrados do templo de Heliópolis, tinha estudado história nas
inscrições das colunas feitas por Thot/Hermes. Após o Dilúvio, esses textos
foram traduzidos e transcritos para rolos de pergaminho e guardados nos
labirintos subterrâneos de templos desconhecidos. Os Anais históricos da
Antiguidade referem que esses enormes depósitos foram construídos por instrução
dos sábios da Atlântida, que sabiam
da aproximação de um grande cataclismo. Também Crantor (300 a.C.) relata que no
Egipto, em lugares secretos, havia colunas que foram mostradas a algumas
personalidades gregas, sobre as quais estava gravada, em hieróglifos, a
história da Atlântida.
Segundo Heródoto, os sacerdotes egípcios
mostraram-lhe 345 estátuas de grandes sacerdotes egípcios que se sucederam
durante mais de 11 000 anos, acrescentando:
“Eles
afirmam ter absoluta certeza sobre essas datas, porque tiveram sempre o cuidado
de anotar, por escrito, a passagem do tempo.”
Segundo o historiador grego Diógenes Laércio, os arquivos dos
sacerdotes egípcios tinham, na sua época, século III d.C., uma antiguidade de
49 500 anos.
(*) Aegyptus, a Misteriosa, foi o nome que os gregos
atribuíram a essa terra de mistério.
(**) Estudos
geológicos demonstraram que grandes alterações climatéricas ocorridas durante o
período mesolítico, começaram entre os dez e os nove mil anos a.C., – o que
corresponde, precisamente, ao afundamento da ilha de Poseidonis – e terminaram
há cerca de cinco mil anos a.C. na Europa.
Eduardo Amarante, in "Profecias - da interpretação do Fim do Mundo à vinda do Anticristo"