SER OU NÃO SER / VIVER OU SOBREVIVER



“Hoje, na aurora do terceiro milénio, não acreditamos mais na “visão ficcionista” do futuro que nos impingiram. Pelo contrário, vemo-lo ano após ano com mais desconfiança, mais incerteza e mais insegurança. Com mais desconfiança porque sentimos que nos mentem: na política, na informação, no trabalho, na escola; as famílias desagregam-se e a falta de moralidade instaura-se e é oficialmente aceite. Com mais incerteza porque os valores éticos e sociais inverteram-se e com mais insegurança porque não podemos prever o que será o amanhã numa sociedade em que nos sentimos ameaçados pelo aumento do desemprego, pela crise energética, pela violência gratuita, pelo desrespeito pela vida com actos de terrorismo social, pela possibilidade de estalar uma guerra nuclear, etc. Desta instabilidade todos somos responsáveis. Tolerar o mal, tolerar que homens sem escrúpulos utilizem a política, a ciência, a cultura para fins que não sejam o bem comum é equivalente a sermos seus aliados, conscientes ou não.
Neste momento, estamos a iniciar um ciclo muito turbulento e decisivo para nós e para os nossos filhos.
Hoje, mais do que nunca urge redefinirmo-nos. Devemo-nos afirmar: Ser ou não ser. Devemos viver de acordo com os valores morais e espirituais, ou deixar de existir. Hoje não há lugar para os mornos, não há soluções intermédias. Ou afirmamos o Sim, que queremos viver autenticamente de acordo com os parâmetros espirituais ou afirmamos o Não, que não queremos seguir essa via.
Somos responsáveis por aquilo que optarmos e, por conseguinte, seremos o que quisermos ser.” – Eduardo Amarante